Embora exista no PSDB hoje uma linha majoritária de pensamento em fusão partidária, o jogo pode mudar. É que, embora a tendência à união com o PSD viesse mais forte, passou a crescer o grupo que prefere o MDB.
O presidente da seção brasiliense do PSDB, o secretário Sandro Avelar, manifestou apoio ao presidente nacional Marconi Perillo, que tende a se aproximar do PSD. Mas o deputado mineiro Aécio Neves, ex-presidenciável tucano, arregaçou as mangas e deu força à tese favorável ao MDB. Os argumentos, na verdade, empatam.


Os que querem o PSD alegam que estariam dando um salto no escuro, pois o ex-prefeito Gilberto Kassab, controlador do PSD tanto pode apoiar Lula em 2026, o que é um anátema para muitos tucanos, como pode ir para a oposição, uma vez que até integra o governo paulista de Tarcísio de Freitas.
Mas a mesma coisa pode ser dita do MDB, mesmo sem um Kassab próprio. No fundo, os jogos políticos locais são os que mais pesam. Perillo quer disputar o governo goiano em 2026, mas não poderia usar a legenda do MDB, pois o vice do atual Ronaldo Caiado é Daniel Vilela, um emedebista que não abrirá espaço no partido para ele.

Já Aécio, que sonha em retornar ao Senado, teria pela frente o atual presidente da casa, Rodrigo Pacheco, e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira. Mas fica um registro: cada vez mais gente fala em um partido menor, mas que garantiria espaço muito maior: o Podemos. Se bobearem nessa briga, os tucanos seguirão por aí.
Brasília também se divide
Embora o presidente brasiliense Sandro Avelar respalde formalmente Marconi Perillo, há uma corrente local que prefere o MDB. Isso garantiria que os tucanos estariam no palanque do governador Ibaneis Rocha e de seus aliados.
Talvez não tragam muitos votos, dada a performance do partido nas últimas eleições, mas podem ajudar. Esse raciocínio poderia pesar também no PSD brasiliense, mas a tendência é funcionar ao contrário.
Como o partido não está priorizando candidato majoritário, um tucano bem votado pode tirar uma cadeira de distrital, ou até de deputado federal, de um candidato pessedista. Em outras palavras, não existe unanimidade em qualquer dos partidos envolvidos.