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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Expectativa para ouvir comandante de operação de 8 de janeiro

O coronel Jorge Eduardo Naime estava no comando da operação da Polícia Militar no dia das invasões das sedes dos poderes

Eduardo Brito

14/03/2023 11h08

Como não será mesmo possível ouvir esta semana o ex-ministro Anderson Torres, a CPI dos atos antidemocráticos da Câmara Legislativa concentra suas fichas no depoimento do coronel Jorge Eduardo Naime, que estava no comando da operação da Polícia Militar no dia das invasões das sedes dos poderes.

Só para lembrar, Anderson Torres foi liberado para depor, mas se recusou a comparecer alegando que não queria expor sua imagem. A CPI aprovou a reconvocação em reunião reservada para esta quinta-feira, 16, mas esse foi exatamente o dia que o ministro Alexandre de Moraes marcou para ouvi-lo no Tribunal Superior Eleitoral. Assim, a oitiva de Torres foi remarcada para 23 e se acertou a ida de Naime para a quinta. “O coronel Naime mandou a advogada dele à CPI para dizer que tem interesse em falar, e eu espero que ele fale mesmo, porque é quem tem que dar conta do motivo pelo qual a PM não agiu naquele dia”, diz o presidente da CPI, Chico Vigilante. “Sabemos que houve certo confronto entre ele e o comandante-geral da PM no Distrito Federal, como sabemos também que a PM do DF é uma polícia de excelência”, comenta Vigilante, para completar: “então é claro que essa falha do dia 8 de janeiro precisa, sim, ser bem explicada”.

Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

Plano de segurança não foi seguido

Até agora apuramos que existia um plano de segurança montado, organizado e nada foi seguido, diz o presidente. Nada a estranhar. Chico Vigilante depõe: “eu participo de manifestações em Brasília desde 1979, quando participei da primeira greve na minha vida que foi a greve dos vigilantes.

Sempre teve esquema de segurança aqui e as coisas funcionaram, com exceção do chamado badernaço, em 1985, que na verdade foi um movimento organizado e ordeiro, em que a extrema direita infiltrada nas Forças Armadas provocou, na tentativa de fechar o regime”.

A CPI já dispõe de conversas capturadas pela área de inteligência, com mensagens captadas de líderes dos manifestantes chamando pessoas do Brasil inteiro para viajar a Brasília naquela data, dizendo que os estavam convocando para uma “tomada de poder”, que iriam “assumir e derrubar o governo”.

A polícia tinha tudo isso e ficou inerte, diz o distrital. A CPI constatou também que a primeira barreira de proteção que foi feita naquele dia tinha apenas 20 policiais. “Imagina se 20 policiais conseguiriam conter 4.500 pessoas que tinham sido encomendadas com o firme objetivo de destruir os prédios dos três Poderes?”, pergunta. Assim, “queremos saber onde estava o batalhão da segurança presidencial, onde estava o batalhão da polícia de choque da Polícia Federal. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também alertou sobre esses atos. Queremos saber por que não foi tomada providência alguma em relação a isso”.

Terceirizados

Foto: Myke Sena/Jornal de Brasilia

A propósito, Chico Vigilante se reuniu no início da noite desta segunda-feira, 13, com o ministro do Trabalho, ministro titular da pasta, Luiz Marinho. Acompanhado de outros sindicalistas, propôs a Marinho uma legislação federal anticalote para as empresas terceirizadas, que consumam driblar as indenizações a seus funcionários. De acordo com o distrital, o Brasil tem hoje 12,5 milhões de trabalhadores terceirizados.

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