Procuradora Especial da Mulher, a distrital Paula Belmonte foi a voz mais firme na reunião da Mesa Diretora, que decidiu pela continuidade da análise dos processos contra o colega Daniel Donizet. Ela questionou a presença irregular de um assessor do parlamentar na reunião e defendeu a validade do próprio voto, mesmo sendo autora do pedido de afastamento.
A parlamentar, que tem lugar na Mesa por ser a segunda vice-presidente da Casa, destacou que denúncias graves contra Donizet, inclusive de cunho sexual e com relatos de “teste do sofá” para permanência em gabinete, precisam ser apuradas com seriedade. “Não podemos permitir que a Câmara sangre por mau comportamento. Precisamos dar uma resposta à sociedade”, disse a deputada, no fim da reunião, que ocorreu na manhã desta segunda-feira, 1º de setembro.
Cassação
A reunião durou duas horas e, na maior parte do tempo, Paula e o presidente da Casa, Wellington Luiz, discutiram sobre o rito. Primeiro, porque se cogitou que a suspensão substituísse qualquer sanção maior, como a cassação, por exemplo. “Hoje, infelizmente, na Mesa Diretora, há uma mulher e seis homens.
Então, nós tivemos que trabalhar, convencer os outros parlamentares que é possível sim uma punição mais do que só o afastamento dele. Nós acreditamos que todas as possibilidades sejam possíveis depois da investigação correta, que dê ampla defesa para ele e, na sequência, a punição adequada”, disse a parlamentar.