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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Cidadania avisa que controlará federação na capital

Mas isso é uma questão interna e exclusiva do PSDB, que não tem nada a ver com a federação. Pela federação, quem decide sobre candidatura é a convenção

Eduardo Brito

15/06/2022 5h00

Antigo militante do PPS e hoje do Cidadania, o secretário-geral do partido, Anderson Martins, assegurou que, segundo o estatuto da federação que une PSDB e Cidadania, a direção local será composta por 11 membros. Deles, oito serão do Cidadania e três do PSDB. “O senador Izalci Lucas, do PSDB, aliado de primeira hora do Cidadania, tem dito que a nomeação dele para o Comitê de Avaliações de Candidaturas Regionais do PSDB é garantia de que ele disputará o GDF. Mas isso é uma questão interna e exclusiva do PSDB, que não tem nada a ver com a federação. Pela federação, quem decide sobre candidatura é a convenção, e não por vontade ou por estar estabelecido no Estatuto, mas por determinação expressa em Lei”, disse Anderson.

Arco de alianças vai valer

De acordo com o secretário geral do partido, “o Cidadania tem um arco de alianças consolidado com pelo menos cinco partidos e vamos fortalecer essa frente junto com o PSDB por meio da federação”. Anderson Martins se refere ao acordo firmado entre a presidente regional do Cidadania, Paula Belmonte, com o União Brasil do senador Reguffe e de Manuel Arruda, mais o Podemos, o Novo e o PSC. Nesse sentido, garante Anderson Martins, “vamos construir e participar da melhor alternativa eleitoral para o DF, desde que viável, pois nesse processo, todos precisam ter a compreensão de que ninguém é candidato de si mesmo, para o cargo que for”. Afinal, ensina o secretário-geral do Cidadania, “candidatura não se impõe, se constrói. Vimos o que aconteceu no próprio PSDB com a pré-candidatura de Doria, que não teve apoio e não prosperou. No final, quem vai resolver é a política, e não a força.

PSDB aposta na direção nacional

A campanha do senador Izalci Lucas, do PSDB, admite que o Cidadania – e por conseguinte a deputada Paula Belmonte – tem maioria na direção local da federação, mas corrige o placar. Seria de 7 a 4, com o próprio Izalci na presidência. Só que, para a equipe do senador, a decisão final sobre candidaturas majoritárias será sempre da direção nacional. No colegiado que dirige a federação, afirma, o placar é outro. O PSDB tem 13 votos contra 6 do Cidadania. E os órgãos dirigentes tucanos ficarão com a candidatura de Izalci, que é líder da bancada no Senado.

Pela redução dos tributos sobre combustíveis

Os três senadores do Distrito Federal – Leila Barros, José Antonio Reguffe e Izalci Lucas – votaram fechados a favor do projeto 18/2022, aquele que prevê a criação de um teto de 17% de incidência do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, serviços de transportes e de comunicações. Defendido pelo governo, mas condenado pela oposição, o projeto terminou aprovado por 65 votos favoráveis e 12 contrários.

Só depois da avaliação

Quando lhe perguntam sobre o timing do lançamento de sua candidatura à reeleição, o governador Ibaneis Rocha diz que sempre condicionou esse processo à aceitação de seu governo. “Não queria ser como os ex-governadores que tentaram a reeleição e não conseguiram”, comenta. A referência óbvia se dirige a Agnelo Queiroz, que nem chegou ao segundo turno, ficando com 20,07% dos votos em 2014, e a Rodrigo Rollemberg, que teve 13,94% em 2018, passou ao segundo turno, mas foi derrotado pelo próprio Ibaneis. Dessa vez o placar foi de 69% para o atual governador contra 30% de Rollemberg. O último governador brasiliense a conseguir a reeleição, foi Joaquim Roriz, em 2002, ou seja, vinte anos atrás. Assim, Ibaneis preferiu esperar dados seguros. “Só aceitei concorrer quando as pesquisas mostraram a aceitação de nosso governo”, explica.

Explicação celestial

A ex-ministra Damares Alves comemorou sua performance nas pesquisas feitas no Distrito Federal. Ressalta que só anunciou que é pré-candidata ao Senado há pouco mais de 30 dias, confiando no voto evangélico e no desempenho do presidente Jair Bolsonaro nas intenções de voto da capital. Agora, diz, “a ministra bolsonarista já pontua no segundo lugar, mesmo começando atrasada perto dos adversários, que estão há quase quatro anos se preparando”. Para explicar isso, porém, adota uma racionalização pouco política: “O segredo? Entreguei meu destino nas mãos do todo poderoso”.

Vice mulher

Candidato ao Buriti pela federação PT-PV-PCdoB, o distrital Leandro Grass (foto) não esconde: gostaria de ter uma mulher como candidata a vice-governadora, assim como sua companheira de chapa Rosilene Corrêa, a sindicalista que disputa o Senado. Isso pode significar um aceno a Keka Bagno, candidata do PSOL ao governo. O PSOL, inclusive, participa da coordenação da campanha presidencial de Lula no Distrito Federal, e a própria Keka tem participado dessas reuniões. Mas a ideia de unificação das chapas em uma frente de esquerda ainda não avançou.
Resistência do PSB

Se a coligação com o PSOL não está fácil, também não houve avanços em uma eventual aliança com o PSB, que tem bancada maior, fundo partidário mais significativo, tempo de rádio e televisão, além de ter indicado o vice de Lula. O presidente regional do partido, Rodrigo Dias, também tem participado das reuniões da coordenação. Só que o pré-candidato do PSB ao Buriti, Rafael Parente, não abre mão. Pelo contrário, garante: “a minha candidatura vai até o fim”.

Possibilidade de crescer

Rafael Parente tem argumentos para isso. Alega que as pesquisas mostram que, entre todos os candidatos à esquerda, seu nome é o que reúne mais condições para crescer. Afirma que, de acordo com todas as pesquisas, inclusive as conduzidas pelos próprios partidos, seu nome é o que tem a curva mais inclinada para cima. “De acordo com as nossas pesquisas quantitativas e qualitativas, a gente é quem mais amplia”, garante. Além disso, as relações entre Parente e Grass já foram melhores do que estão hoje.
PT insistirá

De qualquer forma, o presidente regional petista Jacy Afonso afirma que o importante é unir no Distrito Federal, ainda no primeiro turno, todas as forças de oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Além da direção regional, as conversas também serão conduzidas pelo ex-deputado Geraldo Magela, que abriu mão de concorrer a qualquer cargo eletivo este ano – era pré-candidato ao Buriti e depois ao Senado – para coordenar a campanha de Lula no Distrito Federal, que lhe exigirá tempo integral.

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