Como governadora em exercício, a vice Celina Leão aproveitou para uma demonstração de força. Para uma mobilização do Outubro Rosa, que faz uma defesa da prevenção do câncer de mama, mobilizou as antigas aliadas Michelle Bolsonaro e Damares Alves, que improvisaram até um jogralzinho, “Juntas pela Vida”.
As três falaram da importância do autoexame, e Damares falou de sua própria experiência, tendo se recuperado com relativa rapidez de um câncer graças à rapidez do diagnóstico. A operação tem um sentido especial. Michelle dirige o PL Mulher, que ainda não formalizou posição no processo sucessório do Distrito Federal, mas deu sinal claro de sua simpatia.
Damares, no Republicanos, não escondeu o descontentamento com posturas do próprio partido na capital. Mesmo com essas incertezas, Celina deu um sinal claro aos aliados.
Direitos humanos na Amazônia
Nesse capítulo, a senadora brasiliense Damares Alves invocou sua condição de presidente da Comissão de Direitos Humanos para condenar a expulsão de agricultores da Amazônia de suas terras, alegadamente por motivos ambientais. “Há alguns dizendo que têm direito à área” – afirmou Damares, referindo-se a órgãos como Ibama ou Funai – “mas essas famílias que estão lá, produzindo, que foram atraídas para a área, estão sendo traídas: foram atraídas em um certo momento e agora estão sendo traídas”.
Para Damares, “esquecem que tem crianças lá, tem mulheres ali plantando, tem mulheres ali sustentando a família com a lavoura, mas a gente só pode alegar violência contra a mulher quando é em área urbana?”. Segundo ela, é “o Estado quem coloca mulheres líderes de família nessas áreas, em risco, as crianças em risco, porque faz operações absurdas”.
Damares lembrou de diligência que fez com o também senador Plínio Valério há duas semanas, no Amazonas, em Humaitá e em Manicoré, uma outra operação contra os pequenos extrativistas minerais. “O que vi foi colocarem a vida de crianças e de mulheres e de idosos em risco. Explodiram casas e embarcações”, relatou.
Para ela, o Congresso tem de dar uma resposta, e urgentemente, porque o povo não aguenta mais. “A insegurança jurídica que se cria na Amazônia é um absurdo, e já passou da hora de o Senado Federal também ter uma Comissão da Amazônia aqui, para a gente discutir tudo isso de forma corajosa, trazendo os aspectos de direitos humanos, porque essas famílias estão tendo direitos violados”.
De acordo com ela, não se trata de indenização material, mas da dignidade humana que tem sido colocada em risco nessas operações do Estado.