A governadora em exercício Celina Leão tem como prioridade manter uma relação próxima com o Palácio do Planalto.
Afirmou nesta terça-feira, 10, que “a administração federal não faltou em um só momento na disposição para apaziguar” a situação na capital.
Ressaltou ainda que o chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, está em “relações diuturnas com o interventor na segurança pública brasiliense”, Ricardo Cappelli.
Avisou que não será tolerado qualquer ato de vandalismo na capital e lembrou que os ataques radicais nada tinham de ideologia, mas apenas o objetivo de criar caos.
No mais, Celina mostrou que, como ela própria havia assegurado ao assumir, preservaria todas as orientações do governo Ibaneis, ou seja, mantendo-se as metas, estratégias, obras e inaugurações já previstas.
Dedo de Cappelli na ordem de prender Anderson
Foi do interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, o estopim da ordem de prisão do ex-ministro da Justiça e ex-secretário da Segurança Pública Anderson Torres.
Cappelli acusou Anderson de ter esvaziado, de forma deliberada, a chefia da segurança em Brasília, para viabilizar os atos violentos do domingo.
De público, nesta terça-feira, 10, Cappelli ressaltou a diferença na segurança em Brasília entre a posse do presidente Lula e as invasões aos três poderes uma semana depois.
O interventor lembrou que, após um trabalho conjunto dos ministros Flávio Dino e José Múcio Monteiro, com o governador Ibaneis Rocha, “no dia da posse do presidente Lula houve uma grande operação de segurança, e a posse com milhares de pessoas ocorreu com absoluta segurança, o que foi um grande sucesso das forças de segurança no DF.
Exatamente sete dias depois, acontece o que aconteceu no domingo. O que mudou em sete dias? Do domingo do sucesso da operação de segurança para o domingo do fracasso? Eu te respondo: mudou o secretário de segurança do Distrito Federal”.
Responsabilizando o ex-ministro, Cappelli lembrou que “o senhor Anderson Torres assumiu na segunda-feira, dia 2, a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, exonerou todo o comando da Secretaria de Segurança e viajou para o Exterior”.
Logo após essas afirmações de Cappelli a Advocacia-Geral da União entrou com o pedido de prisão, que foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes.
Recorde legislativo
Foi em prazo recorde que o Congresso aprovou a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal.
A Câmara aprovou o decreto de intervenção na noite de segunda-feira, o Senado fez o mesmo na tarde de terça e antes das 17h já circulava edição especial do Diário Oficial com o decreto legislativo em que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, promulgava a intervenção.