A bancada brasiliense foi responsável por perto da metade dos requerimentos apresentados à CPMI dos roubos a aposentados, que chegaram, na tarde desta terça-feira, 26, a 957 já formalizados. Em grande parte, essa estatística se deve ao senador Izalci Lucas (foto), responsável por mais de 400 deles, na qualidade de líder da oposição.
Partiram de Izalci os pedidos de convocação de sindicalistas ligados ao PT e ao PDT: o terceiro desses requerimentos refere-se a Frei Chico, irmão do presidente Lula. Barrar esse requerimento é ponto de honra para os governistas e tema de discussão no Palácio do Planalto.
Mas Izalci também requereu a quebra do sigilo bancário de sindicatos, sindicalistas, empresários, assim como de figurões da previdência. Os outros integrantes da bancada brasiliense também tiveram alta participação nos requerimentos.
A senadora Leila Barros, do PDT, foi uma das primeiras da bancada governista a entrar na batalha dos requerimentos, mas em sentido contrário, pedindo o depoimento de integrantes do governo Bolsonaro, dentro da estratégia de partilhar a responsabilidade pelos desvios e não deixar a bomba apenas com o governo Lula.
Aí, o campeão de convocações não foi da capital, mas de Minas Gerais, o petista Rogério Correia. Damares Alves, atuando pela oposição, também apresentou mais de duas dezenas de requerimentos, na maioria de advogados e sindicalistas, mas preferindo convites às convocações. Bia Kicis também foi nessa linha.
Laranja de idosa
Francisca da Silva, analfabeta e de 72 anos, seria usada como fachada em esquema de fraudes no INSS

A senadora brasiliense Damares Alves, do Republicanos, solicitou, já nesta terça-feira, que o defensor público cearense que representa Francisca da Silva de Souza, de 72 anos, apontada como presidente de uma das entidades investigadas pelo esquema de fraudes no INSS, seja ouvido antes dela pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga o caso.
Francisca é alvo de pedido de convocação para prestar depoimento por ser apontada como presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen), mas tem alegado ser analfabeta e dito que foi usada como laranja no esquema.