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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

A vez dos republicanos

O Republicanos está fora dessa base, mas não figura entre os 154 vistos como oposicionistas. A bancada do partido, 41 deputados, está colocada entre os 77

Eduardo Brito

24/01/2023 7h17

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Com a sétima maior bancada da Câmara dos Deputados, o Republicanos tornou-se agora um dos principais alvos da liderança do governo Lula, que precisa de mais votos para garantir a aprovação de projetos cruciais no Congresso.

Pelos últimos balanços feitos pelas lideranças, Lula pode contar com 161 deputados comprometidos com o governo, enquanto outros 97 precisam ainda ser testados, pois seus partidos receberam cargos, mas não podem ainda entrar na lista dos votos certos. Isso garante maioria mais do que precária e muito abaixo do necessário para aprovar emendas constitucionais.

O Republicanos está fora dessa base, mas não figura entre os 154 vistos como oposicionistas. A bancada do partido, 41 deputados, está colocada entre os 77 hoje vistos como independentes. O Planalto quer conquistá-los.

O comando do partido já fez alguns acenos, inclusive mudando votos para facilitar vitória da PEC da Transição. Mas até agora, nenhum acordo foi feito.

Mais improvável

O mais votado dos Republicanos do Distrito Federal, deputado Fred Linhares, não vê chances de que o partido venha a aderir ao governo.

As negociações em curso dizem respeito só à escolha do presidente do partido, deputado Marcos Pereira, para a vice-presidência da Câmara, mas não envolve participação no governo. Fred Linhares acha que o partido tende mais para a independência ou para a oposição.

Sem ele, nada de bancada

Fred Linhares sabe do que fala. Mesmo em uma unidade pequena da Federação, seus 165 mil votos foram cruciais para que o Republicanos elegesse três deputados federais, a maior bancada brasiliense na Câmara.

Embora o deputado Júlio Cesar Ribeiro tenha sido reeleito com 76 mil votos, sem a presença de Fred Linhares o partido ficaria abaixo do quociente eleitoral para ser representado. Teria a mesma votação do PSB do ex-governador Rodrigo Rollemberg, que não elegeu ninguém. A votação de Fred ainda puxou um terceiro republicano, Gilvan Máximo, que não chegou a 21 mil votos.

Com a nomeação de Júlio César para a Secretaria dos Esportes do governo Ibaneis, assumirá cadeira de deputado o professor Paulo Fernando, hostil ao PT.

Fica o registro apenas de que o segundo suplente do Republicanos, que se tornou o próximo da lista, é Fabiano intérprete do Bolsonaro, aquele mesmo que aparecia nos vídeos traduzindo para libras os discursos e lives do ex-presidente.

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