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Governo americano irá trocar toda sua frota para veículos elétricos até 2035

O presidente recém eleito dos EUA, Joe Biden, mal pegou na caneta e já deu tom para a indústria automotiva norte-americana.

Aurélio Araújo

03/02/2021 11h02

Ford E-Transit é um dos modelos que pode ser utilizado pelo governo americano. Foto: Divulgação.

Por meio de uma forte política climática, o presidente dos Estados Unidos determinou que todos os veículos do governo federal sejam elétricos até 2035. De acordo com o Relatório de Frota Federal de 2019 da Administração de Serviços Gerais, isso representa hoje um total de 645 mil veículos.

Joe Biden, presidente eleito dos EUA, anunciou a conversão de toda a frota federal norte americana para veículos elétricos até 2035. Foto: Divulgação.

Durante coletiva na Casa Branca, Biden afirmou que “o governo federal possui uma enorme frota de veículos que será substituída por veículos elétricos produzidos nos Estados Unidos, por trabalhadores norte-americanos”. Isso significa uma profunda mudança nos rumos da indústria automotiva. Não só para estimular a indústria nacional, mas por estabelecer o norte produtivo uma vez que o governo federal está entre os maiores compradores do país.

Veículo do serviço de proteção federal dos EUA. Até 2035, toda a frota será elétrica. Foto: Divulgação.

Segundo levantado pela revista Quatro Rodas, dos 645 mil veículos, apenas 3.215 são elétricos, o que gera um consumo de cerca de 1,4 bilhão de litros de combustível anualmente. Mal o anúncio foi feito e a indústria já começou a se movimentar. O CEO global da Volks, Herbert Diess, postou que a VW está pronta e em 2022 já estará produzindo o modelo de EV (Electric Vehicle) ID4 em solo americano. Além disso, semana passada, a norte-americana GM já informou que quer transformar 100% do seu line-up em EVs no país até 2035. 

Existem dois pontos relevantes para refletir sobre essa mudança, além da questão ambiental. A primeira é que veículos elétricos exigem desenvolvimento tecnológico de ponta, em especial das baterias, e elas são o centro da ideia de empresas disruptivas como a Tesla. O desenvolvimento de baterias de longa duração pode ser expandido e explorado nos mais diversos setores da indústria e isso é capaz de gerar mais empregos e mais tecnologia. 

O segundo ponto é que sem logística reversa das baterias (com foco no descarte qualificado dessas peças), também podemos ter um problema ambiental para o futuro, mas o que sabemos é que no presente isso pode trazer um novo oxigênio para a pesada indústria automotiva. Ainda assim, existem outros desafios. Para Gina MaCarthy, uma das principais assessoras da mudança climática na Casa Branca, a questão central está em envolver os trabalhadores norte-americanos, produzir os carros nos EUA e alcançar ao mesmo tempo o índice de zero emissão. 

“The beast” (a besta) é o carro oficial do presidente dos EUA. Um Cadillac blindado com quase 10 toneladas. Foto: Divulgação.

Um ponto não explicado foi sobre veículos militares e o próprio carro presidencial, chamado pelo ex-presidente Barack Obama de ‘The Beast”. O carro presidencial é uma limusine Cadillac com cinco metros e meio de comprimento e 1,5m de altura, blindado e que faz uma média de 3,38 km/l em seu motor de 8 litros. Como a indústria vai fazer para converter esse monstro de quase 10 mil quilos em um veículo elétrico, ainda não sabemos, mas o desafio está lançado.

Por fim, ao decidir apostar nos veículos elétricos, o governo federal norte-americano será o maior consumidor do produto no país e puxará toda a tendência da indústria automotiva nos próximos anos. O fato é que os governos podem liderar mudanças positivas de comportamento e consumo ao exigir novos padrões da indústria em suas compras (sempre gigantes) que, ao fim, podem beneficiar o consumidor final. Sem dúvidas, um dos resultados desse gesto, será a redução do custo de aquisição de EVs para o cidadão comum nos EUA e isso será um grande incentivo para toda a indústria.

A natureza agradece e a economia também!

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