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O diferente retorno da Fórmula 1

Após longos 217 dias, a competição voltou a todo vapor no tradicional Red Bull Ring na Áustria. Mas foi um Grand Prix diferente, marcado por alusões à luta contra o racismo, com apenas 11 pilotos chegando ao fim e sem o público nas arquibancadas.

Aurélio Araújo

06/07/2020 16h49

Atualizada 16/07/2020 9h57

Pilotos se ajoelham antes da abertura do grande prêmio da Áustria. Foto: Divulgação.

Como eu já pontuei em outros momentos, a F1 nunca foi muito envolvida em causas sociais. Mas tendo Hamilton, seis vezes campeão mundial, embalando ativismo como único piloto negro no paddock, ela não teve opção, a não ser dançar a dança.

O famoso carro silver arrow  da Mercedes virou black panther. Vestido em um preto de luto para Lewis Hamilton e de gala para Valtteri Bottas (que terminou em primeiro lugar), ele mostrou sua superioridade dominando o final de semana. Hamilton, após um polêmico toque em Albon, recebeu uma punição de cinco segundos e ficou fora do pódium. 

O famoso carro silver arrow  da Mercedes virou black panther. Foto: Divulgação.

O estranho mesmo foi assistir à corrida com as arquibancadas vazias. O público é parte do show e a Fórmula 1 ficou melancólica com todas as restrições impostas (mas necessárias) diante da pandemia. A competição mais badalada do automobilismo realizou mais de quatro mil testes de COVID-19 antes da corrida para garantir a segurança de todos os envolvidos. E sem os fãs por perto o único barulho foi o dos motores.

Porém, mesmo sem a torcida apaixonada, ainda assim, a corrida foi empolgante. Não porque os monopostos estavam mais equilibrados (a Mercedes ainda sobra), mas por que o bom e velho safety car, cada vez que entrava na pista, iniciava praticamente uma nova largada. E isso permitiu uma corrida cheia de reviravoltas. Fica aqui meu destaque especial para o terceiro lugar de Lando Noris e sua McLaren. Equipe que torço muito para voltar aos altos degraus de quem já foi 12 vezes campeã mundial, sendo quatro com brasileiros: uma com Fittipaldi (1974) e três com Senna (1988,1990 e 1991). E traz uma lista de nomes em seus cockpits que ainda incluem Alain Prost,  Mika Hakkinen, James Hunt, Niki Lauda e Lewis Hamilton. 

Lando Noris e sua McLaren termina no terceiro lugar no Red Bull Ring, Áustria. Foto: Divulgação.

Por outro lado, a Williams continua no fim da fila. Muito longe dos seus tempos de Big Four (junto com McLaren, Ferrari e Mercedes) em que conquistou sete títulos mundiais (sendo um do nosso Nelson Piquet). O carro é ruim e a equipe literalmente se arrasta na pista. Claire Wiliiams ainda não conseguiu colocar o time no eixo. Espero que ela ainda tenha tempo, por que o relógio bate cada vez mais rápido diante da crise financeira. 

A Ferrari beliscou um segundo lugar com o talento de Charles Leclerc, nome que está sendo a aposta da escuderia do Cavallino Rapante para um próximo título mundial. Mas o carro está longe do ideal e ainda precisa de muitos ajustes. 

Pódio final do Grande Prêmio da Áustria com Bottas (centro) em primeiro, Leclerc (esq.) seguindo e Noris ( dir) terceiro. Foto: Divulgação.

Outro fato interessante, a temporada 2020 chegou com o maior número de carros quebrados dos últimos 20 anos. Foram nove ao total.  E a cada quebra, junto com o safety car, a corrida ganhava mais emoção. Ao meu ver, as quebras mais dramáticas foram a de Max Verstappen (vencedor em 2019), pela frustração, e a de Raikkonen (que teve sua roda traseira solta da 54a volta), pelo perigo.

Em resumo, no ano em que comemora seus 70 anos, a Fórmula 1 ainda empolga!

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