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Brasília Assombrada

Anões do Orçamento: o pivô do escândalo já está solto

Brasília Assombrada

01/08/2017 11h42

 

No dia 19 de novembro de 1992, o economista José Carlos Alves dos Santos saiu para jantar com sua esposa, a assessora do Ministério da Educação, Ana Elizabeth Lofrano, em um restaurante da Asa Norte. Quando voltavam para casa pelo Eixão, foram abordados por um carro com dois homens, que levaram o casal para Planaltina. Era um sequestro encomendado pelo próprio José Carlos, que assistiu os bandidos enterrarem sua mulher ainda viva.

 

Ana Elizabeth havia descoberto, sem querer, que o marido escondia um milhão de dólares, em dinheiro vivo, dentro do quarto do casal. Ele trabalhava na Comissão de Orçamento do Congresso Nacional e participava de um esquema de fraudes para a liberação de emendas. A esposa ameaçou contar tudo para a polícia.

 

A investigação do homicídio logo chegou a José Carlos, que foi preso. Na cadeia, ele denunciou toda a operação, que ficou conhecida como o escândalo dos Anões do Orçamento, pois a maioria dos participantes tinha baixa estatura. O esquema era operado por deputados que atuavam na Comissão do Orçamento, fazendo acertos com grandes empreiteiras, elaborando emendas para favorecer parentes e, por fim, lavando o dinheiro ilícito comprando cartões de loteria premiados. O líder do grupo, o deputado João Alves, chegou a “ganhar” mais de 200 vezes na Sena.

 

 

 

E o que aconteceu com os envolvidos em todos esses crimes? Dos dezoito Anões do Orçamento, seis foram cassados, oito absolvidos e quatro renunciaram para escapar da inegibilidade. Os dois assassinos de Ana Elizabeth Lofrano foram presos e condenados: o investigador Lindauro Silva a 21 anos de prisão e o mecânico Valdei José de Souza a 16 anos de reclusão. Ambos apontaram José Carlos Alves dos Santos como mandante do crime, que recebeu a pena de 17 anos de prisão. Mas ele cumpriu apenas quatro anos em regime fechado.

 

Em 2014, José Carlos foi novamente condenado e preso, dessa vez pelo envolvimento no escândalo de corrupção no orçamento. Mas, após receber um indulto da Justiça, conseguiu a liberdade no ano passado. Atualmente, ele é pastor evangélico e mora em Brasília.

 

 

 

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