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Analice Nicolau
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Violência doméstica: dados alarmantes e trágicas consequências na saúde mental das vítimas

Desenvolvimento de transtornos de ansiedade e depressão estão entre os efeitos mais comuns

Analice Nicolau

23/02/2024 17h30

De acordo com o DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher, em pesquisa publicada em novembro de 2023, três em cada 10 mulheres já sofreram algum tipo de violência doméstica. Esta pesquisa é realizada a cada dois anos, desde 2005, e funcionou como suporte para a criação da “lei Maria da Penha”.

Um primeiro dado é que, em sua maioria, o autor da violência é o marido ou companheiro em 52% dos casos, seguido de ex-companheiros/maridos/namorados (15%). Já sobre qual o tipo de violência sofrida, se verificou que a violência psicológica acontece em 89% dos casos, violência moral em 77%, violência física 76%, violência patrimonial em 34% e por último, a violência sexual em 25%. Infelizmente, uma triste informação levantada é que a maioria das mulheres relataram ter sofrido a primeira violência quando ainda muito jovens.

É válido ressaltar que, embora, qualquer mulher possa vir ser vítima de violência doméstica, algumas estão mis suscetíveis, sendo: mulheres que vivem em isolamento social; mulheres com pouco conhecimento de seus direitos; mulheres com histórico de doenças mentais; mulheres que fazem uso de álcool e drogas; mulheres com dependência afetiva e econômica; mulheres excluídas do mercado de trabalho; mulheres portadoras de deficiência; mulheres de etnias, raças e escolaridades menos assistidas.
Nos últimos anos se observou um aumento no número de denúncias, seja nas delegacias, igrejas e no próprio seio familiar, o que é de extrema importância para que os agressores sejam responsabilizados e afastados e para que as mulheres busquem apoio profissional para superarem essa situação traumatizante. A violência doméstica tem sido um dos principais fatores que têm levado mulheres a buscar ajuda relacionada à saúde mental nos consultórios para o tratamento de transtornos ansiosos e depressivos.

Quando essas mulheres vítimas de violências chegam ao consultório, sempre demonstram comportamentos muito tímidos, com vergonha para falar, diminuídas em sua condição, sofrendo com sua autoestima muito baixa, além de muitas já apresentarem doenças físicas em decorrência do nível de estresse sofrido, dentre as principais: doenças cardiovasculares, reumáticas e gastrointestinais. Dentro do cuidado na saúde mental dessas vítimas, o acolhimento deve ser realizado de uma maneira muito cuidadosa e muito empática, visto que essas vítimas trazem uma carga de preconceito e descaso muito pesada e todo e qualquer novo trauma compromete e muito seu tratamento.

Algumas medidas e atitudes podem auxiliar na diminuição dos efeitos da violência doméstica e no acolhimento dessas vítimas, como: manter um bom relacionamento familiar e o estabelecimento de fortes vínculos afetivos; atitude de buscar ajuda de outras pessoas e profissionais capacitados; buscar manter uma autoestima elevada; manter relações harmoniosas no trabalho; ter consciência de seus direitos e ter capacidade de se manter e a sua família promovem a segurança dessa mulher.

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