O vereador Rubinho Nunes, ex-membro do Movimento Brasil Livre (MBL), obteve o aval para a criação da CPI das ONGs na Câmara Municipal de São Paulo. Com 25 assinaturas, a comissão tem como alvo principal o padre Júlio Lancellotti, conhecido por seu trabalho filantrópico na Cracolândia, região central da capital. A iniciativa, divulgada inicialmente pelo jornal “A Folha de S.Paulo” e confirmada posteriormente pelo GLOBO, gerou ampla repercussão e críticas nas redes sociais e na esfera política. A Deputada Federal Erika Hilton (PSOL) lançou a campanha “Protejam o Padre Júlio Lancelotti”, buscando apoio.
Padre Júlio Lancelotti, figura reconhecida por suas ações de assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade, se tornou o epicentro da controvérsia após a aprovação da CPI. O movimento liderado por Rubinho Nunes, que deixou o MBL em outubro de 2022, levanta questionamentos sobre a verdadeira motivação por trás da investigação das ONGs, especialmente aquelas dedicadas a causas sociais.
A reação com críticas de parlamentares e cidadãos indignados com a direção da investigação surgiu instantaneamente. O deputado federal Nilto Tatto (PT) expressou seu descontentamento, sugerindo que a cidade de São Paulo deveria priorizar outros problemas. “Parece que a cidade de São Paulo não tem nenhum problema que mereça a atenção do vereador”, alfinetou em seu perfil no X (antigo Twitter).
A situação ganhou ainda mais notoriedade quando o nome do padre Júlio Lancellotti figurou entre os assuntos mais comentados nas redes sociais. Erika Hilton não hesitou em opinar e declarou: “Tinha que ser obra dos mimados e criados a danoninho do MBL. É simplesmente um ABSURDO e OBSCENO que a Câmara de São Paulo instale uma CPI para perseguir o Padre Júlio Lancellotti e demais organizações que, de maneira exemplar, doam seu tempo, sua força e sua vida para ALIMENTAR e ACOLHER irmãos e irmãs em situação de rua, esquecidos pelo poder público.”
A parlamentar lançou a campanha “Protejam o Padre Júlio Lancelotti”, buscando apoio para resistir à investida contra o religioso e outras entidades beneficentes. O movimento rapidamente ganhou força nas redes sociais, com cidadãos, ativistas e até mesmo outros políticos aderindo à causa.
Entretanto, a resistência não se limitou às redes virtuais. Luna Zarattini e Hélio Rodrigues, ambos do PT, formalizaram denúncias contra Rubinho Nunes na Corregedoria da Câmara em dezembro, acusando-o de perseguir o padre Júlio. O embate político tende se intensificar nos próximos meses, uma vez que a CPI das ONGs está prevista para ser instalada no retorno do recesso parlamentar, em primeiro de fevereiro.