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Analice Nicolau
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Valdemar Costa Neto confirma a autora Letícia Dornelles como pré-candidata a vereadora em Resende, no Rio de Janeiro

Letícia fez história na televisão brasileira com passagens pela Globo, Record, SBT e Band, se tornou escritora e foi presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa no RJ

Analice Nicolau

18/03/2024 14h00

Atualizada 19/03/2024 11h54

Letícia Dornelles nasceu na cidade de Uruguaiana, no estado do Rio Grande do Sul, iniciou sua carreira como repórter do programa “Fantástico” da Rede Globo. De 1991 a 1994, apresentou o programa “Esporte Total” na Band ao lado do jogador Gérson, o “Canhotinha de Ouro”, consolidando sua presença na mídia esportiva.

Em 1995, Letícia ingressou na oficina de autores da Rede Globo, tornando-se colaboradora de renomadas novelas como “Por Amor” e “Andando nas Nuvens”. Em 2002, lançou o livro “Como Enlouquecer em 10 Lições”, uma comédia que oferecia uma visão satírica dos bastidores de uma novela.

Em 2004, assumiu o último mês da novela “Metamorphoses” na Record, demonstrando sua versatilidade na escrita dramatúrgica. Em 2006, foi contratada pelo SBT, onde escreveu a minissérie “Minha Vida É Uma Novela” e a novela “Amigas & Rivais”.

Em 2009, integrou a equipe de roteiristas da Record, contribuindo para programas como “Louca Família” e “Show do Tom”. Em 17 de agosto de 2010, deu à luz seu filho Patrick Dornelles.

No início de 2012, saiu do SBT e voltou à Record para integrar a equipe criativa do “Programa da Tarde”. Em 2013, teve dois sitcoms de sua criação na grade da Rede Record: “Tá Tudo Em Casa” e “A Nova Família Trapo”.

Em 2015, escreveu para o Multishow, os sitcoms “Partiu Shopping” e “MultiTom” com o parceiro de muitos anos Tom Cavalcante, além do humorístico “Treme Treme”. Em 2016, lançou seu primeiro livro infantil, “As Aventuras de Patrick”.

Em 2017, publicou o segundo livro infantil: “As Aventuras de Patrick na Fazenda” e o livro “Delação Premiada, os bastidores do maior escândalo de corrupção do Brasil”. Em 2019, lançou os livros infantis “Patrick No Jogo do Tempo” e “Segura: Patrick Peão!”, além do livro “Tentantes: Confissões Amorosas Sobre Reprodução Assistida”.

Em 2019, assumiu a Presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa, como cargo de confiança do presidente Jair Bolsonaro. E em 2024, tornou-se pré-candidata a vereadora pelo seu partido. Acompanhe a entrevista exclusiva com a pré-candidata.

O que a motivou a se tornar uma pré-candidata pelo Partido Liberal, o partido de Jair Bolsonaro? Após reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ficou “tudo certo”, o que foi decidido?

Letícia: Eu fui sondada para ser candidata a deputada federal na eleição de 2022. Mas teria de sair da Presidência da FCRB no final de março. E eu tinha sido convidada para criar uma exposição sobre Rui Barbosa para inaugurar a presidência do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York. Eu também teria de discursar em inglês para os diplomatas que compõem a Assembleia Geral. Uma honra imensa. Seria a coroação da minha gestão: levar Rui ao palco da diplomacia mundial. Optei pela exposição. Foi um sucesso. Em meados de 2023, decidi mudar para Resende. Transferi meu título. O presidente do PL, doutor Valdemar Costa Neto, foi extremamente gentil comigo. Combinamos de nos reunir no início de fevereiro. Coloquei na mesa os meus projetos para educação, cultura, mulheres, idosos e crianças. E também citei temas polêmicos com os quais eu não gostaria de me engajar. O presidente Valdemar ficou interessado, ele ligou para o Partido no Rio e determinou ações e apoios para a minha candidatura. Ele disse: “Leticia está preparada”. Eu sempre converso com o presidente no whatsapp. Sou muito franca e comento cada passo que dou. Deixo-o a par do que acontece aqui. Já demos algumas risadas. Quero que tenha orgulho de mim. Eu o respeito e sou grata pela confiança.

Como foi o processo de decisão para se candidatar à vereadora em Resende (RJ)? Quais foram os principais fatores que a levaram a tomar essa decisão?

Letícia: Sou conservadora, de direita, e Resende é uma cidade com valores conservadores muito fortes. Estou escrevendo roteiros e criando uma nova exposição internacional. Mas a política faz parte da minha vida. Trabalhei como gestora pública e tenho muita garra para realizar projetos em prol da sociedade. Sei o quanto pode ser feito para gerar empregos, movimentar a economia, melhorar a qualidade de vida, cuidar das crianças, dos idosos e valorizar as mulheres. Ainda somos uma sociedade onde as mulheres precisam lutar o dobro para terem voz e um lugar ao sol. Na minha gestão na FCRB, dei voz e cargos a muitas mulheres. Todas por mérito. Mas que estavam esquecidas e desvalorizadas. Ganharam oxigênio e motivação. É o que planejo para Resende. Dar oportunidades para as mulheres e valorizar a experiência dos idosos. Traçar diretrizes na educação para que as crianças realmente adquiram conhecimento. Plantar para colherem no futuro.

Como você enxerga sua entrada na política? Você sente que este é o momento certo para fazer essa transição em sua carreira?

Letícia: A carreira de escritora jamais será abandonada. É meu oxigênio. Na pandemia, eu não fiz home-office. Ia diariamente trabalhar presencialmente. Mas fechei a Fundação para o público e coloquei os servidores em casa por segurança. Para desestressar, eu escrevi um livro nas madrugadas insones. Quando saí, escrevi um livro infantil “Xainã e Patrick: Os Heróis da Floresta Amazônica” e uma peça de teatro. Eu não paro nunca. E a política faz parte do nosso dia a dia. É impossível ver o Brasil por dentro, como eu vi, e abrir mão dessa experiência. Vou trabalhar muito para ganhar a confiança do eleitor e, depois de eleita, me dedicar intensamente para realizar os projetos que tenho em mente. Assim como coloquei a Fundação Casa de Rui Barbosa nos jornais e nos palcos do mundo, quero valorizar Resende e a população daqui.

Qual é a sua visão sobre a política brasileira neste momento, especialmente em relação à polarização? Como você pretende lidar com esse cenário caso seja eleita vereadora?

Letícia: A cena política é lamentável. Quando presidi a FCRB, até ameaça de morte eu recebi. Grosserias de servidores, calúnias, difamações. Alguns usavam seus contatos na imprensa para plantar ataques à minha honra. Deplorável. Um absurdo. E chamam isso de democracia. Sendo que nunca falei de política no trabalho. Apenas de Rui Barbosa e de projetos, criação de conteúdo, e da administração. As pessoas da esquerda ficaram enlouquecidas e irascíveis quando a Direita ascendeu ao poder. Creio que alguns setores da direita se alimentam de polêmica e esquecem de realizar projetos concretos para a sociedade. Todos os políticos devem refletir sobre o que têm feito pelo Brasil e o que é ganância pelo poder. Não quero polêmicas. Quero trabalhar pela sociedade.

Quais serão as principais propostas e bandeiras que você irá defender em sua candidatura? Como pretende abordar essas questões durante sua campanha eleitoral?

Letícia: Tenho uma visão de mundo que tudo passa pela educação. Pela base. Pelas crianças. Se você investe na formação adequada de professores, na estrutura das escolas, e na qualidade do ensino, a criança vai ter uma chance de aprendizado muito maior. A criança da escola pública deve ter as mesmas oportunidades da criança que estuda nas instituições particulares. Eu estudei em escola pública toda a minha infância e o ensino era de altíssima qualidade. Hoje vejo a educação se deteriorar a cada dia. Paralelamente, temos de cuidar dos idosos e das mulheres, com ênfase na segurança e no respeito. Muitas famílias deixam as crianças sozinhas em casa porque não têm quem as cuide quando os adultos precisam trabalhar. Com os idosos é um pouco pior. São abandonados, descuidados, tratados com indiferença. Cuidaram da família e, na velhice, são tratados como estorvo. Já as mulheres têm de ser inseridas no mercado de trabalho com real oportunidade de crescimento profissional. Para a cultura, tenho projetos de valorizar a região, trazer turismo cultural, e incrementar a economia. Com eventos importantes, a rede hoteleira fatura, os restaurantes e os produtores locais também são contemplados. Não falo de showzinho em praça. Falo de investimento em grandes eventos, um festival gospel, concurso de fantasias no Carnaval, grandes bailes temáticos, congressos de Direito e Turismo, festival de teatro. Há muito a se fazer. Estou preparada, como bem disse o presidente Valdemar Costa Neto.

Como você planeja conciliar sua carreira na dramaturgia e na política, caso seja eleita vereadora? Pretende deixar de lado algum dos trabalhos ou conseguirá conciliá-los de alguma forma?

Letícia: Eu sou elétrica e workaholic. Na FCRB, eu cheguei a ficar quase dois anos sem férias. Tirava alguns dias de descanso e voltava. Ainda assim, me ligavam a todo instante. Era divertido. Quando saí, deixei 50 dias de férias acumuladas. Adoro trabalhar. Não deixarei nada. Trarei novas histórias para o meu currículo e para a minha vida.

No dia 14 de março, Manoel Carlos, com quem você escreveu a novela “Por Amor”, completou 91 anos. Como você analisa a trajetória dele na televisão brasileira? Você se inspira nele de alguma forma em seu trabalho como escritora e novelista?

Letícia: Maneco e Gilberto Braga são os melhores. Eu conversava com Gilberto e ele gostava do meu trabalho. E Maneco disse que “tínhamos química”. Fui escolhida por ele em meio a tantos. Ele recebeu o meu trabalho da Oficina de autores da Globo, gostou, e me convidou. Foi um trabalho de muito sucesso. Eu vejo muito de Maneco nos meus textos. Assim como tenho muito de Ivani Ribeiro e de Gilberto Braga. Gosto de observar os textos, os detalhes. A inspiração é sempre dos melhores. Quando escrevo humor, a minha escola é Mauro Rasi e Miguel Falabella. O cidadão comum é a maior fonte para o escritor. A vida real já é uma novela. Todo mundo tem alguma história de vida que poderia virar série ou novela.

Como foi sua experiência desempenhando um cargo de confiança do Presidente da República? Quais foram os desafios e conquistas durante esse período?

Letícia: Experiência profissional maravilhosa. Um desafio que aceitei e com o qual me comprometi intensamente. Vivi para a Fundação Casa de Rui Barbosa de 2019 a 2022. Enfrentei dois anos de pandemia. E ainda assim consegui realizar projetos e obras importantes. Nunca fiz home-office. Protegi os servidores, mas fui presencialmente. Era o meu dever. Cuidar da Casa e cuidei. Minha família me apoiou e torceu muito. Sem esse apoio, teria sido impossível. Sofri muitos ataques apenas por trabalhar. Mas foi uma gestão vitoriosa. Dezenas de exposições, obras de reforma no Museu e na biblioteca infantil, digitalização de acervos, criação da Biblioteca Braille, exposições internacionais e nacionais, um busto de Rui na Polônia. Você não lê sobre as conquistas da gestão na imprensa. Só deram palco à difamação.

Poderia compartilhar um pouco sobre seu trabalho na Fundação Casa de Rui Barbosa? Essa experiência influenciou sua decisão de entrar para a política?

Letícia: O ponto alto foi ter levado Rui à Polônia, à ONU em Nova York, e a Haia, onde ele brilhou, e fez História. A FCRB estava esquecida, sem investimentos, e quase foi fechada. Por minha causa, foi mantida. Lutei para manter a Instituição. E consegui mesmo durante a pandemia cerca de R$ 3 milhões em investimentos. Da reforma da biblioteca infantil aos eventos, passando por investimento em melhorias internas, eu mergulhei na administração. Ia a ministérios e instituições para pedir apoios. Só não fiz mais porque houve muito boicote de um grupo militante que constrangia até os colegas que trabalharam normalmente. Nunca entendi quem jogava contra. Sobrecarregava os colegas e difamava o local. Quem trabalhou, a maioria, não o fazia por mim. São pagos para trabalhar. Foram profissionais. Têm o meu respeito. Os outros, que só gritavam, têm o meu desprezo. A maioria dizia: “Com você tive chance de trabalhar e de ver gente acomodada ter de se mexer”. Conheci pessoas incríveis. Dentro e fora da FCRB. No Brasil e no exterior.

Quais são suas expectativas e planos para o futuro, tanto na política quanto na sua carreira como escritora e novelista? Como você pretende equilibrar esses dois aspectos de sua vida profissional?

Letícia: O foco é a eleição municipal. Conquistar espaço. Conquistar o eleitor. Conto com o apoio do presidente Valdemar. Conto com a sensibilidade dos políticos da cidade. Juntos somos fortes. Não pode haver ciumeira ou boicote. Tenho experiência e posso somar. Como autora, vem muita série e novela por aí. Aguardem.

“A política faz parte da nossa vida. Do preço dos alimentos à educação de nossos filhos. Não podemos nos omitir e nem escolher mal os candidatos. É o nosso destino nas mãos dos eleitos. Quero contar com o discernimento dos eleitores. Não é votando no Zezinho da Pipoca que vai melhorar a qualidade de vida e a infraestrutura da cidade. Não está capacitado para uma gestão pública. Não é votando na pessoa que não tem projetos, e só quer enriquecer, que vai modernizar a cidade. Não é votando em quem teve vários mandatos e nada fez que a cidade vai crescer. Como escreveu Eça de Queiroz ‘políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos’. Ficam sujos… São questões que vou levar à campanha”, finaliza.

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