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Analice Nicolau
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Toxina botulínica pós COVID-19, vacina neutraliza ação do botox

Pesquisa encontra diferenças no desempenho da substância entre pacientes positivados para Covid-19 e aqueles que receberam a vacina Coronavac

Analice Nicolau

19/04/2021 8h05

Pesquisa encontra diferenças no desempenho da substância entre pacientes positivados para Covid-19 e aqueles que receberam a vacina Coronavac

Daniela López, graduada em Estética e Cosmetologia pela Universidade Braz Cubas, pós-graduada em Intradérmicos e Subcutâneos pela FAISP e Especialista em Estética e Cosmetologia Avançada pela Universidade Federal de São Paulo (USP). Foto: Divulgação / MF Press Global

A ação da vacina Coronavac, da farmacêutica chinesa, Sinovac, em parceira com o Instituto Butantã, tem ido além da imunização contra o Covid-19. É o que diz uma pesquisada conduzida pela Escola Superior de Estética Cosmetologia (ESEC) em parceria com o Centro de Pesquisas e Análises Heráclito. O objetivo da pesquisa foi entender se existia algum tipo de ligação entre a formulação da vacina Coronavac com a toxina botulínica, que é utilizada para tratamentos estéticos; e constatou-se que sim, existe ligação, o imunizante neutraliza a toxina botulínica.

Para a realização da pesquisa, foi analisada a aplicação intramuscular da toxina botulínica em dois grupos: o de pacientes que testarem positivo para a Covid-19 e aqueles que receberam, especificamente, a vacina Coronavac. Ao todo, foram analisados 26 pacientes clínicos atendidos em aplicações de toxina botulínica e que informaram terem recebido esta vacina.

Daniela López, graduada em Estética e Cosmetologia pela Universidade Braz Cubas, pós-graduada em Intradérmicos e Subcutâneos pela FAISP e Especialista em Estética e Cosmetologia Avançada pela Universidade Federal de São Paulo (USP), é a responsável pelo estudo e relata que a toxina botulínica performa melhor em pacientes curados da doença. “O que notamos é que no grupo de pacientes curados da doença que fizeram ação de ferramentas para reforço da imunidade, tais quais utilização de doses diárias de vitamina D, Zinco, Cálcio, a ação da toxina botulínica aumentou em 70% seu efeito de paralisia das rugas. Considerando que o período clínico normal é de 4 meses, nesse caso, o efeito em rugas dinâmicas passou para 8 meses”, comenta Daniela.

Já para grupo que recebeu a toxina botulínica e foi imunizado com a vacina Coronavac, não houve relato de nenhum dos pacientes sobre teste positivado para Covida-19 e sequer qualquer outro sintoma gripal desde o início da pandemia. “Os efeitos dos pacientes que receberam a vacina e após 10 dias aplicaram a toxina botulínica para as rugas dinâmicas não foram satisfatórios. O comum é que a substância apresente seu efeito a partir do terceiro dia após a primeira utilização. Na pesquisa, mesmo após 20 dias da aplicação, a toxina botulínica não surtiu nenhum resultado e não houve a paralisia das rugas dinâmicas”, complementa a pesquisadora.

Porém, os componentes da Coronavac não vetam de todo a ação da toxina botulínica. Daniela conta que os pacientes relataram melhora no fator hidratante em suas peles. “É importante destacar que a técnica utilizada em todos os procedimentos foi intramuscular em região facial frontal do terço superior e subcutâneo em região orbicular dos olhos”, explica.

A pesquisa não determinou quais elementos da composição da Coronavac inibem a ação da toxina botulínica; seria necessário um estudo específico para isso. “O que se sabe é que as vitaminas que os pacientes estavam utilizando com o intuito de melhorar o seu sistema imunológico, foram um fator em comum com êxito na aplicação da toxina, potencializando assim o efeito em rugas dinâmicas”, finaliza a pesquisadora.

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