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Analice Nicolau
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Tiago Leifert fala sobre lado obscuro das métricas no digital e diz não saber até hoje o que é view

De maneira lúcida e com vontade de pôr ordem na loucura do mercado, jornalista chama atenção para necessidade das marcas cobrarem uma padronização dos números divulgados pelas plataformas digitais

Analice Nicolau

01/08/2022 13h30

De maneira lúcida e com vontade de pôr ordem na loucura do mercado, jornalista chama atenção para necessidade das marcas cobrarem uma padronização dos números divulgados pelas plataformas digitais

Na última quinta-feira (28), o narrador e apresentador Tiago Leifert, falou sobre a necessidade de desvendar a mensuração de audiência das plataformas digitais no canal do Meio & Mensagem no YouTube.

Com uma trajetória de 16 anos na televisão, o jornalista, super envolvido com o universo da tecnologia, games, cultura pop e esporte, conversou com os seguidores sobre como é importante olhar para a questão das métricas utilizadas nas redes sociais, sob o título “O lado obscuro das métricas”.

“Eu acho que todos nós, Meio & Mensagem, nós que estamos do lado de cá, todas as marcas, todas as agências, a gente precisa ter um freio de arrumação na questão das métricas e das audiências. Eu já escrevi sobre isso uma vez, mas eu acho que as plataformas, a gente precisa conversar sobre métricas”, declara Tiago.

Segundo Leifert, as marcas aceitam números sem entender de maneira abrangente o que eles significam na prática. “Eu acho que tá tudo muito largado ainda. Na maioria das plataformas, as métricas ainda são obscuras. A gente não sabe exatamente o que é um view, até hoje ninguém explicou pra nós o que é um view. Eu acho que a gente tem aceitado números do mundo dos unicórnios muito facilmente”, alerta.

O jornalista diz que tenta passar informações às marcas anunciantes em seu Instagram de maneira clara e realista. “Isso é uma coisa que eu tento fazer com as minhas marcas, eu sou muito pé no chão na hora de dar o resultado do Instagram pra eles. E se eles acham que vão fazer um story comigo porque eu tenho, sei lá, oito milhões de seguidores e vai dar oito milhões de views, pode até ser, mas o que que isso representa? O que são realmente oito milhões?”, questiona.

E continua: “Então, eu acho até que a minha rede social é a mais barata do Brasil, comparada às dos meus colegas, porque eu tenho dó de cobrar muito, porque o retorno não é tão grande quanto as marcas acham que é”.

Para Tiago, falta ainda um diálogo mais aprofundado sobre a questão das métricas. “Eu espero que no futuro, cada vez mais aqui no M&M e nas conversas, a gente tenha conversas mais sinceras sobre métrica, pra gente poder ter um mercado padronizado, o que seria melhor pra todo mundo, que tá honestamente nas mãos das marcas nos lendo agora. Assim que os clientes pressionarem, a coisa acontece”, diz.

E finaliza convocando as marcas a pressionarem os departamentos de marketing para que haja uma padronização das métricas. “Chega no fim do ano, vem um PowerPoint falando ‘833 bilhões de impactos’. Aham, e? O que é um impacto? Quantas pessoas têm no Brasil? Pra que vale o impacto? Por que eu quero o impacto? Eu quero que venda, eu quero que o cara compre o negócio. Então, eu acho que enquanto as marcas não pressionarem os departamentos de marketing e falarem ‘cara, a gente precisa padronizar isso aqui, tá uma loucura, a gente recebe números muito estranhos de campanhas que a gente faz aqui’. Tudo bem, a gente fica feliz com 800 milhões de tweets. Tá, e daí? Então, parte muito de quem tá lendo a gente”.

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