Ativistas e defensores dos direitos das mulheres expressaram preocupação após a suspensão temporária dos serviços de aborto legal no Hospital Municipal e Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. O Me Too Brasil, em comunicado, lamentou a decisão da Secretaria Municipal de Saúde, salientando que o hospital é o único no estado a realizar abortos legais com gestações superiores a 22 semanas.

A advogada e presidente do Me Too Brasil, Marina Ganzarolli
O procedimento, amparado por lei em casos de estupro, risco à vida da gestante e anencefalia fetal, enfrenta uma pausa sem previsão de retomada, prejudicando o acesso a um direito fundamental. A advogada e presidente do Me Too Brasil, Marina Ganzarolli, destacou a importância do hospital para mulheres de todo o estado e do Brasil, ressaltando as dificuldades no interior.
- Me Too Brasil lamenta a paralisação temporária no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, único local em São Paulo para abortos legais em gestações avançadas
A suspensão, justificada pela Secretaria Municipal de Saúde para realizar “cirurgias eletivas, mutirões cirúrgicos e outros procedimentos envolvendo a saúde da mulher”, levanta preocupações sobre a tendência de desmantelamento da rede pública de atendimento às mulheres. Dados de 2019 indicam que apenas 57% dos hospitais listados pelo governo para realizar aborto legal efetivamente prestavam o serviço.
Ativistas alertam que a restrição ao acesso ao aborto legal, especialmente em casos de estupro, é prejudicial às sobreviventes de violência sexual. A notícia ressalta a importância de manter e fortalecer os serviços de saúde da mulher, garantindo o acesso aos direitos previstos em lei.
