A Prefeitura de São Paulo oficializou o Setembro Azul no Calendário de Eventos da cidade, um marco importante para a valorização da comunidade surda. O projeto de lei, idealizado pelos vereadores André Santos (Republicanos) e Rinaldi Digilio (União), recebeu aprovação da Câmara Municipal e agora teve o aval da Prefeitura neste final de novembro. A iniciativa visa promover a preservação da Cultura Surda e da Língua Brasileira de Sinais (Libras), além de reforçar a importância de ações concretas em prol da inclusão.
“O Setembro Azul é estrategicamente importante, pois abriga datas emblemáticas como o Dia Internacional da Língua de Sinais, em 23 de setembro, e o Dia Nacional do Surdo, em 26 de setembro. Esses dias são cruciais para promover a inclusão através de campanhas de conscientização e parcerias com instituições”, explicou o vereador André Santos, que destacou a relevância de políticas públicas que reconheçam e atendam às demandas da comunidade surda.
A concepção do projeto foi marcada por consultas contínuas e colaborativas com representantes da comunidade surda. André Santos reforçou que o diálogo foi essencial para garantir que a iniciativa refletisse as necessidades e aspirações do grupo. “Essas discussões asseguraram que as vozes da comunidade fossem integralmente contempladas, (…) e a aprovação pela Câmara Municipal demonstra o compromisso coletivo dos vereadores em promover a inclusão e a conscientização sobre a importância da cultura e dos direitos desta comunidade”, afirmou o vereador.
O Setembro Azul nasceu de uma manifestação em defesa de escolas bilíngues para surdos e reúne datas significativas para o reconhecimento da luta e da cultura surda no Brasil e no mundo. Além disso, a proposta é um convite à reflexão sobre as barreiras enfrentadas por essa população, como o baixo uso da Língua Brasileira de Sinais no país, que possui cerca de 2,3 milhões de pessoas com algum grau de surdez, de acordo com o IBGE.
Avanços já conquistados e novos objetivos
A inclusão do Setembro Azul no calendário oficial soma-se às diversas iniciativas da Prefeitura de São Paulo, como a Central de Intermediação em Libras (CIL), que realiza traduções em tempo real por videochamada, e o tradutor virtual Hugo e Maya, disponível em mais de 300 sites municipais.
Reconhecida internacionalmente, a CIL recebeu prêmios como o Serviço Público das Nações Unidas (UNPSF&A) e o Zero Project Conference, destacando-se como exemplo global de acessibilidade.
Para André Santos, o reconhecimento do Setembro Azul no calendário oficial representa apenas o começo: “Estamos comprometidos com o desenvolvimento de políticas públicas específicas que assegurem inclusão, acessibilidade e educação sobre a surdez. Desde 2017, temos trabalhado ativamente para promover eventos de conscientização e incentivar o uso da Libras como ferramenta essencial de comunicação e inclusão”.
Uma mensagem de inclusão
Ao refletir sobre o significado desse marco, o vereador deixa uma mensagem de esperança e compromisso: “O Setembro Azul simboliza um compromisso contínuo com a inclusão, e a aprovação deste projeto de lei é um passo significativo nessa direção. Mostrar a importância da inclusão e do reconhecimento das capacidades e contribuições da comunidade surda. Estamos liderando esforços para educar e engajar a sociedade na luta pela igualdade de direitos, com programas de sensibilização e educação inclusiva.”
Com a oficialização do Setembro Azul, São Paulo reforça seu papel de liderança na inclusão social, valorizando a diversidade e promovendo o protagonismo da comunidade surda em todos os âmbitos.