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Analice Nicolau
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Saúde mental também é autocuidado: Luiz Dieckmann, médico psiquiatra referência na área, compartilha os detalhes da sua carreira pautada na superação e profissionalismo

O especialista conta como superou o transtorno de pânico e hoje é um dos maiores nomes da psiquiatria clínica no Brasil e salienta ainda a importância de investirmos na nossa saúde mental

Analice Nicolau

26/12/2022 12h00

O especialista conta como superou o transtorno de pânico e hoje é um dos maiores nomes da psiquiatria clínica no Brasil e salienta ainda a importância de investirmos na nossa saúde mental

Dr. Luiz Henrique Junqueira Dieckmann hoje é referência quando falamos em Psiquiatria Clínica e farmacogenética. Autor do livro “Farmacogenética na psiquiatria – Entendendo os princípios e a aplicabilidade clínica”, atualmente Dr. Luiz Dieckmann é diretor presidente do Instituto Brasileiro de Farmacologia Prática (BIPP). Mas antes de qualquer título, o que não falta em seu currículo, Dr. Luiz foi um jovem que entendeu bem como um transtorno de origem psíquica pode ocasionar danos.

Doutor Luiz revela que já sofreu com transtorno de pânico e hoje a sua história é inspiração para seus pacientes

O especialista revela que sofreu com o transtorno de pânico, mas hoje a sua história de superação é inspiração para seus pacientes. “Me emociona ver o quanto eu posso ajudar quando eu compartilho a minha própria história de quando eu tive transtorno do pânico, como foi duro passar por aquilo antes de ser psiquiatra e entender os detalhes do transtorno (e antes mesmo, muito antes, de alguém assim o diagnosticar) e dizer o quanto o tratamento me ajudou a estar aqui hoje onde estou”, compartilha.

E ainda emocionado, continua: “Quantas oportunidades de ajudar pessoas eu teria perdido se não tivesse tido tratamento adequado? Como teria sido minha vida se ali, bem jovem, eu tivesse desistido da medicina? Como uma coisa que eu hoje sei que é relativamente simples de tratar, e que tem uma ótima evolução com o tratamento adequado, poderia ter sido o fim da minha carreira?”, reflete.

Doutor Luiz Dieckman posa ao lado da esposa e também médica neurologista Paula Dieckmann

Dr. Luiz acredita que essa experiência seja extremamente útil para aliviar o medo e o preconceito do paciente em relação à psiquiatria.”Ver a expressão nos rostos dos pacientes e a determinação que temos ao mostrar que médicos psiquiatras também são seres humanos e podem passar pelas mesmas dificuldades. Uma lição de força de vontade para superar os obstáculos de um tratamento futuro”, pondera.

Para Dr. Luiz, a melhor parte de trabalhar na área de psiquiatria é poder auxiliar as pessoas a lidar com seus problemas emocionais, além de assistir o seu desenvolvimento e melhora ao longo do tempo. “É emocionante ver o impacto positivo que a intervenção médica pode ter na vida de uma pessoa e em sua capacidade de viver uma vida plena e saudável. Além disso, a psiquiatria é uma área em constante evolução, o que significa que nós temos a oportunidade de aprender sobre novas descobertas e tratamentos em um ritmo acelerado”, divide.

Dr. Luiz ressalta que a saúde mental e física são indissociáveis

O especialista compartilha ainda um pouco da sua trajetória dentro e fora do Sistema Único de Saúde: “A vida, diversas vezes, nos apresenta o quão insignificante somos perante o grande universo, mas, ao mesmo tempo, o quanto podemos ajudar as pessoas com atos que podem parecer minúsculos para nós. Sem dúvida, ao longo da minha residência em psiquiatria na Universidade Federal de São Paulo (e mesmo depois dela), ao atender pacientes em situações imprevistas (dentro e fora do Sistema Único de Saúde), vivenciei diversas experiências que marcaram minha carreira e também minha vida pessoal. A vida como psiquiatra pode ser emocionante e gratificante para os profissionais que atuam na área”, pontua.

Mente sã, corpo são

Dr. Luiz ressalta que a saúde mental e física são indissociáveis. “O que você faz quando tem asma ou percebe que está com a pressão alta? Procura um médico, não é mesmo? Procurar assistência para o que nos incomoda não é apenas natural quanto necessário para prevenir complicações maiores. Por isso, não faz sentido ignorar a saúde mental e pensar apenas no que chamam, de forma simplista, de saúde física. No entanto, diferente de uma cólica renal dente que nos leva imediatamente ao pronto-socorro, os sintomas de transtornos mentais podem ser mais difíceis de identificar”, compara.

O especialista ainda deixa um convite para que estejamos atentos aos sinais e, se for o caso, procurar ajuda: Se você estiver experimentando sintomas que o estão afetando em sua vida diária, como dificuldade para dormir, alterações de apetite, mudanças de humor, problemas de concentração ou dificuldade para manter relacionamentos, pode ser útil procurar sua saúde física geral”, alerta.

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