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Analice Nicolau
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Saneamento básico: 36 milhões de brasileiros não possuem acesso à água potável

Uma catástrofe humana e ambiental que leva as pessoas a viverem em extrema pobreza

Analice Nicolau

03/08/2022 12h30

Uma catástrofe humana e ambiental que leva as pessoas a viverem em extrema pobreza Crédito das fotos: José de Holanda

A extrema pobreza se tornou um dos grandes males do século XXI. A pobreza é o descaso mais cruel dos Direitos Humanos. O ser humano perde o sentimento de pertencimento da sociedade, como é o caso de 36 milhões de brasileiros, que não possuem acesso à água potável e vivem em extrema pobreza.

Saneamento básico é política de Direitos Humanos. No mundo, segundo dados da Unicef, mais de 2.000 crianças morrem diariamente de diarreia. 90% dos casos estão ligados a água contaminada, ausência de saneamento e hábitos de higiene.

Um estudo publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, revela que famílias mais pobres chegam a pagar 10 vezes mais por água do que as famílias mais ricas.

O Brasil possui 12% da água doce do mundo e ainda assim vive uma crise ambiental e humanitária sem precedentes. De acordo com Leandro Frota, coordenador do Observatório de Saneamento Ambiental da Faculdade Instituto Rio de Janeiro (Fiurj), o uso da água doce vem aumentando desde a década de 1980, com o crescimento de 1% ao ano.

Alguns fatores apontados pelo crescimento no consumo de água doce são: crescimento populacional, aumento do consumo, desenvolvimento econômico e mudanças no padrão de consumo, conforme relatório das Nações Unidas para o desenvolvimento dos recursos hídricos.

Leandro destaca que são despejadas mais de 7.300 piscinas olímpicas de esgoto in natura nos rios, lagos e oceanos. “Sem falar nos famigerados lixões, milhares em nosso país, que é um problema grave, social e ambiental”, afirma.

“Cerca de 1,6 bilhão de pessoas enfrentam escassez econômica de água, conforme os dados do Trata Brasil. São 2,4 bilhões de pessoas sem saneamento adequado, 13% da população não tem banheiro químico e 892 milhões de pessoas no mundo ainda praticam a defecação a céu aberto” diz Leandro.

O coordenador destaca ainda que os Direitos Humanos à água abrange o uso pessoal e doméstico, de forma a atender as necessidades humanas. “O Direito Humano ao esgotamento sanitário engloba a coleta, transporte e o tratamento ambiental, a proteção, à privacidade e a dignidade da pessoa humana. O país precisa avançar no entendimento de que saneamento é política de Direitos Humanos e que hoje vivemos uma das maiores catástrofes humana e ambiental. A pandemia da Covid-19 nos trouxe um outro fator de avaliação do saneamento básico. Investir em saneamento é investir em saúde!”, acredita Leandro.

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