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Analice Nicolau
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Projeto Eletro Solidário quer arrecadar 10 mil toneladas de lixo eletroeletrônico na véspera do Dia Internacional do Lixo Eletrônico

A quantidade é equivalente a 10 vezes o peso do Cristo Redentor no Rio de Janeiro. O valor arrecadado com as doações será repassado para as APAEs que aderirem ao projeto

Analice Nicolau

12/10/2023 12h00

O Projeto Eletro Solidário é um importante marco de uma parceria entre a Federação das APAEs do Estado de São Paulo, a Indústria Fox – empresa brasileira referência em sustentabilidade e tecnologia e a ABREE – Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos. O anúncio do Eletro Solidário, é a primeiro no Brasil que antecipa as ações voltadas para o dia internacional do lixo eletrônico – 14 de outubro. Anualmente, mais de 40 países promovem programas voltados para esse tema durante todo o mês para que se tenha mais conscientização sobre a importância do descarte correto deste tipo de resíduo.

O Eletro Solidário nasce em um momento extremamente importante frente as necessidades de se gerar projetos que promovam o descarte correto dos lixos eletroeletrônicos. O Eletro Solidário foi apresentado junto aos parceiros do projeto dentro das instalações da Indústria Fox, em Cabreúva, no interior de São Paulo e na sequência foram enviadas para as APAEs as caixas coletoras devidamente identificadas e instaladas nas sedes das APAEs de cada município para que pessoas e empresas doem e descartem voluntariamente eletroeletrônicos de uma forma geral, mesmo que estejam fora de uso, quebrados ou até com peças em falta e produtos obsoletos.


A instalação das caixas coletoras e o recolhimento dos resíduos eletroeletrônicos serão realizados pela Indústria Fox sem qualquer custo. Os produtos descartados de forma ambientalmente correta, passarão por um processo específico para dar origem ao insumo produtivo que vai retornar para a indústria brasileira. O valor arrecadado com as doações será repassado às APAEs que aderirem ao projeto. A Indústria Fox, amplia ainda mais seu lado social por meio do Eletro Solidário. Um piloto do projeto foi iniciado com sucesso em conjunto com a APAE de Jundiaí e mostrou sua força e já recebeu R$ 17.000,00 durante os testes do Projeto.


Segundo Marcelo Souza, CEO da Indústria Fox, , “o projeto deseja gerar ainda mais visibilidade e alcances maiores para que os benefícios sejam tanto para a economia circular quanto para desenvolvimento humano por meio da inclusão social, a sustentabilidade, o consumo consciente, o uso de recursos naturais, a circularidade de matérias primas, a economia de energia, a proteção climática, as emissões de gases na atmosfera entre tantos outros impactos que fazem parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Organizações das Nações Unidades – ONU.”


Marcelo Souza diz ainda “Precisamos cada vez mais subir as réguas dos projetos de ESG em nosso país, para isso precisamos nos unir nessa campanha e levar essa ideia para além das cerca de cem mil pessoas atendidas pelas APAEs do Estado de São Paulo”.

Segundo o The Global E-Waste Statistics Partnership, 10,2 Kg de lixo eletrônico são gerados anualmente por pessoa com tendência de crescimento nos próximos anos em virtude do exponencial e avanço da tecnologia em diversas áreas.


O projeto está pautado no engajamento da sociedade civil na cultura socioambiental, na importância da circularidade de materiais de fonte secundária para atender à Lei 12.305/2010, beneficiar a economia, gerar empregos, rendas e contribuir diretamente para o aprimoramento dos serviços oferecidos pela APAEs às pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla, e Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A Federação das APAES do estado de São Paulo, localizada na cidade de Franca – SP, atua há 30 anos na prestação de serviços e assessoramento de excelência a trezentas e oito (308) APAEs do estado São Paulo e visa os direitos da pessoa com deficiência. O trabalho constante da FEAPAES-SP impacta hoje em mais de 70 mil pessoas em 645 municípios. Uma trajetória de seriedade reconhecida pelo CEBAS, Selo A Doar e a eleição como uma das 100 melhores ONGs do país.


“Estamos muito felizes com a parceria, pois ela vem para contribuir expressivamente para melhoria dos serviços prestados às pessoas com deficiências e suas famílias realizados pelas APAEs nas áreas de assistência social, educação e saúde. Além de abrir uma visibilidade e conexão de empresas (ESG) e pessoas que se engajarem com o projeto para conhecer a instituição como um todo. É uma forma de contribuirmos para além do social, mas também com o meio ambiente. Este é nosso DNA, transformar vidas e contribuir para um mundo mais justo, acessível, igualitário e agora sustentável. Diz Lucas Almeida – gerente geral FEAPAES-SP, Federação das APAEs São Paulo.


“É uma honra podermos fazer parte dessa parceria, pois é a oportunidade de contribuir para duas ações de grande importância social e ambiental, em que a ação ambiental de recebimento de resíduos tem dois retornos diretos para a comunidade, na forma do apoio à Federação das APAES e suas filiadas e ao próprio meio ambiente, com todos o processo de logística reversa com os quais a ABREE já atua”, comenta Helen Brito, Gerente de Relações Institucionais da ABREE.

Dados:
Os números ainda são assustadores. Apenas 3% do lixo eletrônico produzido na América Latina é descartado corretamente e o restante, 97%, não é monitorado, mesmo podendo conter materiais de alto valor, como ouro e metais, que poderiam ser recuperados, segundo pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o Ministério do Meio Ambiente, desde a vigência do decreto 10.240/2020, o Brasil registrou crescimento na quantidade de resíduos eletroeletrônicos coletados.

No ano anterior ao decreto, em 2019, o país coletou 16 toneladas. Em 2020, o montante subiu para 105 toneladas. Em 2021, coletaram 1,2 mil toneladas de materiais como celulares, computadores, televisores e fones de ouvido. O aumento foi de 75 vezes em 3 anos; A meta para 2021 é reciclar 1% do que foi vendido em 2020; 3% em 2022; 6% em 2023, 12% em 2024 e 17% em 2025. – Fonte: Eletros

Visando aumentar a reciclagem de resíduos eletrônicos no Brasil foi assinado o Decreto 10.936/22, que criou o Programa Nacional de Logística Reversa. A meta do Ministério do Meio Ambiente é que o Brasil tenha 5 mil pontos para descarte desses produtos até 2025.
O lixo eletrônico. Segundo relatório desenvolvido pela Universidade das Nações Unidas, o Brasil descarta 2 milhões de toneladas desse tipo de resíduo por ano e menos de 3% são reaproveitados.
O país ocupa o quinto lugar no ranking de maior produtor do material no mundo, atrás da China, Estados Unidos, Índia e Japão.

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