Romance de estreia da diplomata Mariana Lobato, que narra a história de uma mulher às voltas com seu passado, foi vencedor da primeira edição do Concurso Literário Vila-Labrador, organizado pela Livraria da Vila e pela Editora Labrador
A trajetória de Mariana Lobato Botter é um convite à reflexão sobre os caminhos que a vida nos impõe, e sobre como, mesmo diante de desafios, é possível retomar sonhos adormecidos. Diplomata, formada em Direito pela USP e pós-graduada em Escrita Criativa pelo Instituto Vera Cruz, Mariana sempre cultivou a escrita como paixão, mas foi apenas durante a pandemia, após retornar ao Brasil, que decidiu mergulhar de vez no universo literário. O resultado é “Pitangas Verdes”, romance vencedor da primeira edição do Concurso Literário Vila-Labrador, que recebeu mais de 600 originais inéditos e contou com um júri de peso: Jeferson Tenório, Mariana Salomão Carrara e Socorro Acioli.
O livro, publicado pela Editora Labrador, foi lançado oficialmente na Livraria da Vila, em São Paulo, no dia 13 de novembro de 2025. O evento marcou o início de uma nova fase para Mariana, que também foi convidada para participar do festival Navegar é Preciso 2026, um dos mais prestigiados encontros literários do país, realizado pela Livraria da Vila e Auroraeco entre os dias 27 de abril e 1º de maio.
Vencer um concurso com mais de 600 inscritos é, sem dúvida, um divisor de águas na carreira de qualquer escritor. Para Daniel Pinsky, fundador da Editora Labrador, “essa visibilidade impulsiona carreiras, desperta o interesse de editoras e agentes literários e, muitas vezes, é o ponto de partida para novas oportunidades no mundo dos livros”. O Concurso Literário Vila-Labrador foi criado justamente para estimular a escrita e, indiretamente, a leitura no Brasil, tornando-se referência para novos talentos da literatura nacional.
Vencedora do Concurso Literário Vila-Labrador
Mariana Lobato Botter, além de diplomata, é graduanda em Letras e criadora do perfil @livro.diverso, onde compartilha sua paixão pelas palavras. Sua trajetória internacional, com atuação na Palestina, Boston e La Paz, enriquece a perspectiva de sua escrita, que dialoga com temas universais e profundamente humanos.
“Pitangas Verdes” acompanha cinco dias da vida de Ana, mãe de dois filhos e divorciada, que retorna ao Brasil após dois anos no exterior para se desfazer das coisas da mãe, falecida durante a pandemia. O romance mergulha na memória da protagonista, revelando relações familiares marcadas pela distância, pela violência e pelo amadurecimento precoce. Ao remexer os objetos deixados pela mãe, Ana redescobre traumas, segredos e, principalmente, a força para imaginar uma vida diferente daquela condicionada pela rotina e pelos papéis sociais.
A obra é uma metáfora poderosa sobre o amadurecimento precoce das mulheres, que, muitas vezes, são obrigadas a crescer antes da hora, sem espaço para sonhar. Mariana Lobato Botter explora com sensibilidade as relações da protagonista com os homens de sua vida, o ex-marido, o pai e o tio materno, e discute temas como abuso infantil, violência contra mulheres e a construção de identidade feminina. O título do livro, “Pitangas Verdes”, remete justamente à colheita antes da hora, simbolizando a perda da infância e a necessidade de abrir espaço para novos sonhos.
“Pitangas Verdes” não é apenas um romance de estreia, mas um manifesto sobre a importância de criar espaço para a imaginação e a transformação. Ao dar voz às histórias de mulheres que, como Ana, precisam se reinventar, Mariana Lobato Botter convida o leitor a refletir sobre os próprios caminhos e sobre a possibilidade de recomeçar. O livro é uma leitura essencial para quem busca autoridade literária, profundidade emocional e um olhar sensível sobre as questões que moldam a vida das mulheres no Brasil.
