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Analice Nicolau
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Pesquisa feita pela Stripe revela como startups podem ser mais eficientes em tempos turbulentos

A Stripe Brasil tem como Diretora Comercial a Adriana Morawska que possuiu profunda experiência no gerenciamento de empresas em âmbito global, atuando por mais de 11 anos em posições de liderança no Citi.

Analice Nicolau

14/08/2023 15h00

Diverse people working in the office

No último ano, a inflação e a taxa de juros mundial impactaram os investimentos do tipo venture capital, trazendo importantes desafios para as startups. Para quem viveu a empolgação pós-pandêmica, com captações gigantes em 2021, o ano de 2022 e o início de 2023 se tornaram momentos de decisões cautelosas para esticar o runway financeiro.

No entanto, se considerarmos 2021 um ano atípico, o cenário atual não se torna totalmente pessimista. Uma leitura possível é a de que estamos passando por um período de reajuste em relação ao histórico comparativo de investimentos, transações e valuations de anos anteriores.

Como resultado, parte do planejamento das startups no último período envolveu corte de custos, manutenção de equipes em home office e diminuição de investimento em marketing. Por outro lado, algumas empresas tomaram outras decisões para estimular seus negócios, como expandir as vendas para novos países, conquistar novos tipos de clientes e investir no desenvolvimento de novos produtos. Com base neste segundo caminho, é possível considerar que o momento atual também oferece oportunidades para repensar e reestruturar estratégias de crescimento.

Otimismo do mercado brasileiro

Uma pesquisa realizada pela Stripe com empresas de diferentes portes e setores revelou que 61% dos empresários brasileiros afirmam estar "extremamente confiantes” nas suas perspectivas de crescimento para este ano. 

  O levantamento foi realizado com 2.500 executivos, diretores de pagamentos e CFOs de empresas em nove países e destacou que, apesar dos desafios econômicos, muitas companhias estão priorizando novas formas de aumentar seu faturamento. Os empresários brasileiros se mostraram particularmente otimistas em relação ao restante do mundo. Entre as empresas entrevistadas, 67% afirmam que priorizarão suas receitas, enquanto 33% estarão focadas na redução de custos nos próximos anos. 

 Acreditamos que esse otimismo do mercado brasileiro também possa se estender, cautelosamente, às startups, especialmente as de estágio final (late stage), pré-IPO e unicórnios; as que mais sofreram com a fuga de investimentos no último período. Com base nos nossos 12 anos de experiência e trabalho conjunto com startups, vimos que as mais bem-sucedidas tendem a seguir as cinco dicas abaixo para melhorar resultados em cenários de baixa liquidez: 
  1. Simplicidade e eficiência

Em tempos de escassez de capital, é fundamental identificar os pontos fortes do negócio e maximizar seu potencial. Ao mesmo tempo, também é necessário simplificar na operação tudo o que possa distrair a empresa de seu objetivo principal e utilizar os recursos e os talentos disponíveis de forma mais eficiente. Os investidores também se preocupam com a taxa de queima de capital das startups, ou seja, como elas estão utilizando seus recursos financeiros. Portanto, é importante otimizar o uso dos recursos disponíveis, como o tempo da equipe de desenvolvedores, por exemplo.

  1. Entender melhor os clientes

Quanto maior o volume de dados que as startups possam transformar em inteligência sobre seus clientes, melhor elas poderão compreender suas preferências e conseguirão ajustar seus produtos ou serviços às necessidades deles. A análise de altos volumes de dados pode fornecer insights valiosos para direcionar pequenas mudanças que tornam o negócio mais lucrativo. Um exemplo disso é a identificação da preferência por certos métodos de pagamento, visando a adaptação ao mercado local.

No Brasil, é importante ter em mente que o PIX é o meio de pagamento mais popular, com 24 bilhões de transações em 2022, 66 milhões de transações diárias, conforme indica o Banco Central. Para compras online, o cartão de crédito ainda é o método de pagamento mais utilizado: o país possui 190,9 milhões de cartões de crédito ativos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E no México, por exemplo, foi identificado que a opção de pagamentos em parcelas sem juros (meses sin intereses – MSI) influencia significativamente as decisões dos compradores digitais.

  1. Repensar o ROI

Algumas startups cometem o equívoco de focar apenas na manutenção dos lucros, mesmo diante da inflação. Essa decisão pode impactar os preços e, consequentemente, afetar a preferência dos clientes, que podem acabar buscando produtos mais acessíveis. Atualmente, os consumidores procuram produtos e serviços que ofereçam um valor agregado significativo a um preço razoável. Esquecer esse aspecto pode ser um erro crítico. É importante renegociar custos e manter um produto viável e acessível ao orçamento do cliente.

  1. Converter clientes ocasionais em clientes regulares

Além de oferecer produtos ou serviços de alta qualidade, muitas empresas procuram expandir suas ofertas de produtos com base nas necessidades dos consumidores. Algumas também procuram converter seus produtos em ferramentas indispensáveis no dia-a-dia do cliente. Ter vendas consistentes é ótimo, mas ter compradores recorrentes, que recomendam o produto para outras pessoas e continuam comprando, é o cenário ideal. Para algumas startups, isso pode significar a transição de um modelo de vendas tradicional para um modelo de assinaturas, que garanta uma receita recorrente e fidelize os clientes.

  1. Encontrar novas maneiras de alcançar públicos-alvo Uma vez que uma startup tenha encontrado o product market fit, o próximo desafio será alcançar novos públicos, seja em outras cidades ou por meio de diferentes plataformas. Hoje em dia, é interessante que as startups tenham forte presença online, não apenas para mostrar seus produtos a milhares de potenciais clientes, mas também para manter contato com os atuais. Depois de construir sua presença online, é importante saber monetizá-la para que seus esforços sejam lucrativos. Mesmo em meio à crise, é sempre bom enxergar o “copo meio cheio”. Uma maneira de implementar essas dicas é investindo em uma plataforma avançada de tecnologia financeira. Ela remove barreiras da experiência do comprador, oferece altas taxas de aprovação de pagamentos e fecha o ciclo com relatórios financeiros automatizados. Embora os desafios sejam grandes, é preciso levar em conta os fatores subjacentes que fazem do Brasil uma região promissora para o surgimento de novas empresas digitais. Além disso, o país possui uma população jovem e cada vez mais experiente em tecnologia, e a conexão à internet segue em expansão, bem como a penetração de smartphones. Sobretudo, o país apresenta problemas reais que pedem soluções urgentes e aplicáveis, sendo um terreno fértil para a criação ou fortalecimento de empresas focadas em resolver problemas.

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