Dois renomados líderes religiosos, Pe. Fábio de Melo e Pe. Marcelo Rossi, recentemente se manifestaram sobre Padre Júlio Lancellotti, que enfrenta pressões decorrentes de uma proposta de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pelo vereador Rubinho Nunes, ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). Após o requerimento que colheu assinaturas de ao menos 23 parlamentares favoráveis, uma nota oficial da Arquidiocese de São Paulo foi publicada.

Reprodução instagram/ Pe. Júlio Lancellotti recebe apoio nas redes sociais de figuras públicas após CPI ser instalada
Pe. Fábio de Melo, conhecido por suas reflexões nas redes sociais, utilizou sua plataforma para expressar solidariedade ao Padre Júlio Lancellotti. Em uma postagem, ele revelou sua longa relação com o colega de fé: “Conheci o padre Júlio quando eu ainda era seminarista, na Pastoral Carcerária. Ao longo dos anos, em campanhas específicas, ajudei e divulguei o seu trabalho social.”

Reprodução redes sociais/ Pe. Fábio de Mello se manifesta a favor de Júlio Lancellotti no seu Instagram
Além do apoio, o padre questionou a motivação por trás da proposta de uma CPI contra o Padre Júlio, especialmente no início de um ano eleitoral. A postagem também destacou uma nota oficial da Arquidiocese de São Paulo, publicada na quarta-feira (3), que indaga: “Perguntamo-nos por quais motivos se pretende promover uma CPI contra um sacerdote que trabalha com pobres?”. O documento enfatizou o papel do Padre Júlio como Vigário Episcopal aos serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhimento e cuidado com as pessoas em situação de rua na cidade.

Reprodução redes sociais/ Pe. Marcelo Rossi compartilha publicação de silêncio no instagram e internautas pedem posicionamento a favor de Pe. Júlio Lancellotti
Nos comentários do Instagram de Pe. Fábio de Melo, internautas opinaram: “A CPI deveria ser para investigar pq a prefeitura da cidade mais rica do país não dá conta de atender as necessidades das pessoas em situação de rua.”
Em contrapartida, na noite de quinta-feira (4), o Pe. Marcelo Rossi se pronunciou de uma maneira peculiar. Em seu perfil oficial no Instagram, ele fez um apelo ao silêncio em meio à polêmica, afirmando: “Quando estiver no calor da raiva, prefira ficar em silêncio. Se as suas palavras forem fofocas, escolha ficar em silêncio. Se você só vê defeito nas coisas ou pessoas, fique em silêncio. Se você não ouviu os dois lados da história, fique em silêncio.”
A publicação foi interpretada como uma indireta aos fiéis e um recado de que o padre não pretendia emitir opinião sobre a CPI em questão. Contudo, a atitude não foi unanimemente aceita por seus seguidores, gerando respostas como “Não confunda silêncio com omissão” acompanhadas de pedidos de apoio ao Pe. Júlio Lancellotti “Suas palavras irão ajudar, sim.
Se manifeste em favor do padre Júlio.”
Júlio Renato Lancellotti, de 75 anos, é o pároco responsável pela Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo. Atuando na Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, Zona Leste de São Paulo, o sacerdote realiza diariamente a distribuição de alimentos, peças de vestuário e itens de higiene pessoal para aqueles em situação de rua.
A proposta da CPI, apresentada por Rubinho Nunes, inicialmente contou com o apoio de pelo menos 23 parlamentares. Contudo, após a repercussão intensa do caso, quatro nomes anunciaram nesta quinta-feira (4) que não mais apoiarão a CPI.