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Analice Nicolau
Analice Nicolau

Patrimônio Cidadão: o renascimento cultural do Brasil começa em Salvador

Com investimento de R$ 70 milhões, o novo programa visa resgatar patrimônios e identidades marginalizadas

Analice Nicolau

25/03/2024 13h00

Salvador, a histórica cidade da Bahia, agora é o berço de uma revolução cultural e social, graças ao lançamento do Programa Patrimônio Cidadão pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), sob a égide do Ministério da Cultura (MinC). Com um orçamento ultrapassando os R$ 70 milhões, o programa busca não apenas a preservação de locais históricos, mas também a valorização e inclusão das comunidades e territórios historicamente marginalizados.

A cerimônia de lançamento, que aconteceu na emblemática Casa do Sete Candeeiros, teve como destaque a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes. A iniciativa se destaca por seu enfoque multidisciplinar, englobando desde a conservação e restauro até a promoção do patrimônio imaterial, tudo com um olhar voltado para as reais necessidades da população que vive à margem dos centros históricos.

Margareth Menezes, ao discursar, tocou profundamente nos corações dos presentes ao falar sobre a importância de acolher as pessoas vulneráveis e valorizar o patrimônio histórico nacional. “Ver uma casa corroída pelo tempo é triste, mas mais triste é saber que por trás daquela deterioração, há uma falta de condição do proprietário para cuidar de um bem tombado. O Programa Patrimônio Cidadão nasce como um alento, trazendo sensibilidade e esperança de impacto positivo na vida das pessoas”, destacou a ministra.

Leandro Grass, presidente do Iphan, reforçou que a falta de investimentos em cultura nos últimos anos ampliou as desigualdades sociais. No entanto, o Programa Patrimônio Cidadão é visto como um divisor de águas, prometendo um futuro onde a cultura e a história sejam verdadeiramente democráticas e inclusivas.

Dentre os projetos destacados dentro do programa, o Canteiro-Modelo de Conservação chama atenção. Com investimentos que superam os R$ 13,5 milhões, este projeto já beneficiou oito cidades com assistência técnica gratuita para conservação de patrimônios de famílias de baixa renda. Além disso, promove a formação de estudantes em uma atuação socialmente responsável, em parceria com universidades e institutos federais.

A parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), que resultou em dez Termos de Execução Descentralizada e um investimento de mais de R$ 10 milhões, promete ainda mais impacto em projetos de educação patrimonial e conservação de bens culturais. Paulo Miguez, reitor da UFBA, celebrou o momento como um marco para a cultura brasileira, especialmente após períodos de desvalorização das artes e da cultura.

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