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Analice Nicolau
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O mapa do crédito via FIDCs no Brasil está mudando

Colunista Analice Nicolau

08/10/2025 13h00

Richard Ionescu, CEO do Grupo IOX

Estudo inédito revela que o Nordeste se tornou o maior polo de crédito estruturado fora do eixo Sul-Sudeste, quebrando a concentração histórica e impulsionando a economia regional

Em um cenário de juros altos e crédito bancário cada vez mais seletivo, uma força silenciosa vem garantindo a saúde financeira de milhares de empresas no Brasil: os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). Este mercado, que já movimenta mais de R$ 630 bilhões, tornou-se um motor essencial para a economia, antecipando recebíveis e transformando o futuro em capital presente.

Agora, um levantamento inédito sobre a originação de crédito via FIDCs expõe uma nova geografia do capital no país. Embora o Sudeste ainda concentre a maior parte das operações (75,9%), o Nordeste surpreende e se consolida com 8,3% do total, superando o Centro-Oeste (2,4%) e o Norte (2,8%). O dado revela uma descentralização em curso e posiciona a região como um novo e vibrante centro de acesso à capital.

Esse movimento é confirmado por quem está na linha de frente. O Grupo IOX, que figura entre os dez maiores FIDCs diversificados do país, viu sua originação de crédito atingir R$ 5,6 bilhões nos últimos 12 meses. Para um dos principais executivos da companhia, a ascensão do Nordeste é um sinal claro de amadurecimento do mercado.

Para Richard Ionescu, CEO do Grupo IOX, “O crédito estruturado deixou de ser um mecanismo restrito aos grandes centros. Hoje, pequenas e médias empresas em diversas regiões enxergam no FIDC uma solução para manter o fluxo de caixa e crescer sem depender exclusivamente dos bancos. Isso cria uma dinâmica mais saudável e equilibrada para a economia.”

O dinamismo nordestino é sustentado por números robustos. A abertura de mais de 610 mil pequenas empresas na região e a previsão de um aporte de R$ 47,3 bilhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) criam um ambiente fértil para o crescimento do crédito.

Para as empresas locais, isso significa acesso a recursos em condições mais competitivas. Para os investidores, representa uma oportunidade de diversificar carteiras com retornos atrativos e risco ajustado. O executivo do Grupo IOX conclui com uma visão para o futuro:

“O próximo ciclo de crescimento do crédito estruturado no Brasil vai depender da capacidade de integrar tecnologia, governança e capilaridade regional. O Nordeste é o melhor exemplo de como isso já está acontecendo.” ressalta Richard

A mensagem é clara. O mapa do dinheiro está sendo redesenhado, e a capacidade de levar crédito de forma inteligente para todo o território nacional será o verdadeiro motor do desenvolvimento brasileiro nos próximos anos.

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