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Analice Nicolau
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Nova fronteira da cardiologia: médicos podem agora especializar-se em medicina do sono

Graças a uma parceria inédita entre SBC e ABS, cardiologistas ganham o direito a certificação em medicina do sono, abrindo novos caminhos para o tratamento cardiovascular

Analice Nicolau

21/03/2024 16h00

Em um movimento revolucionário para a saúde cardiovascular, os cardiologistas brasileiros agora têm a oportunidade de expandir seus horizontes profissionais com a certificação em medicina do sono. Esta novidade vem de uma colaboração única entre a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Associação Brasileira do Sono (ABS), sob a égide da Associação Médica Brasileira (AMB).

Até o momento, a especialização em medicina do sono estava restrita a profissionais de áreas como Neurologia e Psiquiatria. Contudo, a inclusão dos cardiologistas nesta lista não é apenas uma expansão de suas capacidades clínicas; é um reconhecimento da intrínseca relação entre um sono de qualidade e a saúde do coração.

O Dr. Luciano Drager, uma voz líder neste esforço e ponte entre a cardiologia e a medicina do sono, destaca que a pesquisa sobre o impacto dos distúrbios do sono nas doenças cardiovasculares tem crescido exponencialmente. “Estamos compreendendo cada vez mais que problemas como insônia e apneia não são apenas inconvenientes; eles são fatores de risco sérios para condições como doença coronariana e AVC”, afirma Drager.

A evidência é tão forte que levou a Sociedade Brasileira de Cardiologia a emitir seu primeiro posicionamento sobre o tema em 2018, seguido por um reconhecimento similar pela Associação Americana do Coração em 2022. Estes movimentos não apenas validam décadas de pesquisa, mas também destacam a necessidade de uma abordagem mais holística na cardiologia.

“Agora, com a possibilidade de obter certificação em medicina do sono, os cardiologistas podem oferecer um cuidado mais integrado, atendendo não apenas as manifestações físicas das doenças cardíacas, mas também uma de suas causas subjacentes mais comuns”, ressalta Drager.

A expectativa é que esta nova diretriz encoraje mais médicos a incluir avaliações de sono em suas consultas rotineiras, transformando o modo como as doenças cardiovasculares são prevenidas e tratadas no Brasil.

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