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Analice Nicolau
Analice Nicolau

Mílton Jung conta com exclusividade detalhes sobre a sua trajetória no Jornalismo

“Ao desenvolver uma comunicação mais afetiva e efetiva, podemos superar a polarização que enfraquece nosso tecido social”, diz o jornalista

Analice Nicolau

08/05/2024 17h00

O reconhecido jornalista Mílton Jung, âncora do Jornal da CBN e do Mundo Corporativo, ambos da rádio CBN, é um dos profissionais que amam o que fazem e, naturalmente, vem se destacando em meio a tantos outros. Além disso, sua paixão e sua entrega pelo Jornalismo, fizeram ele aprender tanto que passou a palestrar sobre Comunicação e Liderança para que os profissionais das empresas se tornem melhores, mais produtivos e mais felizes no ambiente de trabalho.


Aos 60 anos, autor de cinco livros, sendo um best-seller, e com passagens pela rádio Guaíba, rádio Gaúcha, jornal Correio do Povo, TV Globo, SBT, TV Cultura, Rede TV e Portal Terra, Milton contou para mim, Analice Nicolau, com exclusividade, um pouco de sua jornada vitoriosa no Jornalismo e o porquê se tornou especialista em Comunicação e Liderança.


Jornalismo e radialismo na veia, desde guri
O gaúcho Mílton vem de família de jornalistas e radialistas e, ainda criança, já transitava por redações de jornais e pelos estúdios de rádios em Porto Alegre (RS), fazendo ele amar o Jornalismo e dedicar sua vida em prol da Comunicação. “Fui praticamente escolhido pelo jornalismo. Sou filho, afilhado e sobrinho de jornalistas. Também, sou casado com uma jornalista e pai de outro, mas esses foram consequências da profissão e não causas. Desde pequeno, frequento redações de rádio e jornal. Meu tio me levava às rotatórias do jornal “Correio do Povo” e meu pai me permitia sentar ao lado dele no estúdio, enquanto apresentava o Correspondente Renner, o noticiário mais importante do rádio gaúcho da época, na Rádio Guaíba. O estúdio era um local sagrado reservado para os “deuses da voz”. Meu pai quebrava essa regra, causando espanto nos colegas. Eu ficava em silêncio ao lado dele, admirando sua locução, durante os dez minutos da síntese noticiosa. Foi assim que aprendi a respeitar o microfone e seu poder. Ouvindo em silêncio, eu pensava: ‘um dia vou falar neste microfone’. O dia chegou e continua até hoje”, relembra Mílton.


E a vida do jornalista não foi nada fácil, afinal, houve obstáculos a serem superados, que trouxeram grandes aprendizados. Mas, a humildade em aprender e crescer deram espaço para que ele pudesse ouvir e ver outros profissionais. “No início da carreira, enfrentei o desafio da inexperiência; e à medida que amadurecia, o da responsabilidade; e com o passar dos anos, a necessidade de me adaptar às novidades. Em todas essas etapas, tive de superar medos, desconfianças, minhas e dos outros, e crenças que limitam nosso desenvolvimento. A superação veio por tentativa e erro, aconselhamento de profissionais competentes que encontrei na minha jornada, observações de um público, agora mais comunicativo, e pela busca constante e eterna por conhecimento”.


Inclusive, toda essa sua jornada foi um dos principais alicerces para que Mílton se tornasse, também, especialista em Comunicação e Liderança, em que ele ajuda as pessoas a serem capacitadas e a melhorarem suas habilidades de liderança e comunicação que, por sua vez, trazendo relações humanas mais positivas nos ambientes que atuam. “Minha experiência em Comunicação e Liderança vem da prática e do aprendizado contínuo. Adepto da ideia de que o ‘diabo sabe mais por velho, do que por diabo’, ao perceber que meu conhecimento estava amadurecido, comecei a compartilhá-lo por meio de palestras, livros e, em breve, um curso online em parceria com uma startup norte-americana para que os profissionais tragam impactos mais positivos, melhorando os resultados para as empresas. Uma das verdades que encontrei na pesquisa para o livro “Escute, expresse e fale!” foi de que a violência é a falência do diálogo. Acredito que, ao desenvolver uma comunicação mais afetiva e efetiva, podemos superar a polarização que enfraquece nosso tecido social”, explica Jung.


A importância de seus filhos no Jornalismo
De seu casamento com a também jornalista, Abigail Costa, Mílton teve realizações importantes em sua vida, uma delas foi se tornar pai. Gregório Costa Jung, seguiu a profissão dos pais e é jornalista, já Lorenzo Costa Jung, atua em uma empresa de Marketing, especializada em influenciadores. E o jornalista é categórico quando fala deles: “Gregório e Lorenzo são muito representativos na minha formação”.
No livro “É proibido calar! Precisamos falar de ética e cidadania com os nossos filhos”, um best-seller de sua autoria, Jung diz que escolheu ser jornalista por profissão e ser pai e cidadão por missão. “Sempre quis ser um pai melhor do que o meu, assim como ele, certamente, foi melhor do que o pai dele. Ser “melhor”, para mim, significa adaptar-se às novas demandas, entender as mudanças nos relacionamentos e estar aberto a aprender com os filhos. Eles me desafiaram e ensinaram muito. Sigo aprendendo com eles. Orgulho-me ao ver que minha esposa e eu os preparamos para serem cidadãos ativos, capazes de interagir, divergir e convergir, quando necessário. São pessoas que não aceitam ser objeto, querem ser sujeito da própria vida” enfatiza o pai Mílton.


Carreira de escritor
Mílton também é escritor e vem desde a sua adolescência nutrindo paixão pela escrita. Ele diz que sempre foi muito importante ler e escrever, para trabalhar as palavras, aprimorar o vocabulário e dar ritmo às frases. O seu interesse fez nascer o Mílton Jung escritor, que lançou o seu primeiro livro em 2004, “Jornalismo de Rádio”, em convite pela editora Contexto. Depois disso, foram mais quatro obras lançadas: “Conte Sua História de São Paulo, pela editora Globo, em 2008; “Comunicar para liderar”, também pela Contexto, em 2015; o best-seller “É proibido calar! Precisamos falar de ética e cidadania com os nossos filhos”, em 2018; e “Escute, expresse e fale!”, em 2023, pela editora Rocco. “Embora a maioria da minha carreira tenha sido dedicada à palavra falada, no rádio e na televisão, os livros surgiram do meu interesse pela escrita e pela demanda das editoras”, confessa.


E como não poderia ser diferente, Milton comentou, com orgulho, sobre uma de suas obras, que se tornou um dos mais vendidos, e possui relação direta com a sua nova fase como especialista em Comunicação e Liderança. “Ele foi escrito por quatro autores de diferentes culturas e especialidades: Leny Kyrillos, fonoaudióloga e doutora em voz; Thomas Brieu, um franco-brasileiro especialista em escuta; e António Sacavém, um professor português especializado em linguagem não-verbal e liderança. Eu, como jornalista, tive o desafio de conectar todos esses saberes. O livro prepara o leitor para os desafios da Comunicação, ensinando como criar vínculos eficazes e afetivos, combinando empatia com exigência, acolhimento com posicionamento, e vulnerabilidade com coragem. Estamos muito felizes com o sucesso do livro no Brasil e em Portugal”.


Por fim, ele comentou sobre a falta de checagem de informação no atual cenário do Jornalismo. “Lamento a queda na qualidade do texto jornalístico nos últimos tempos, influenciada pela falta de apuro, conhecimento, interesse pela leitura e pelo ritmo frenético das mídias digitais. No rádio, e digo isso porque é a mídia para a qual estou dedicado, é crucial lembrar que escrevemos para quem ouve, não para quem lê. Isso faz uma baita diferença”, finaliza Mílton Jung.

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