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Analice Nicolau
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Maria Ribeiro reflete sobre relacionamento aberto e liberdade sexual da mulher

A atriz aproveitou a ocasião para expor sua opinião sobre as militâncias e processo de desconstrução

Analice Nicolau

22/07/2022 8h00

Atualizada 21/07/2022 14h35

“O discurso eu estou de acordo, ainda não consegui colocar em prática”, afirmou a atriz

Sempre reservada com a vida pessoal, Maria Ribeiro topou participar do podcast “Lá no Pod”, das atrizes Claudia Lira e Monique Curi. A atriz, escritora e diretora de cinema, refletiu durante o bate-papo sobre relacionamento aberto e a liberdade sexual da mulher. “O discurso eu estou de acordo, ainda não consegui colocar em prática”, afirmou.

O motivo, de acordo com Maria, está no machismo estrutural que vem acompanhando a criação das mulheres desde os tempos primórdios. “Eu não me acho uma mulher sexualmente livre. Porque a gente é fruto do nosso tempo, da nossa educação. A gente ainda é machista pra caramba. Fomos criadas muito ‘fecha a perna e se comporta como uma mocinha’”, pontuou a atriz, completando em seguida:

Sempre reservada com a vida pessoal, Maria Ribeiro topou participar do podcast “Lá no Pod”

“É óbvio que eu acredito estar cada vez mais evoluindo. Mas você tem uma formação, que é uma segunda natureza. Então eu olho as minhas amigas que tem relacionamento aberto, umas loucurinhas e penso: ‘Nossa, que inveja!’. E no fundo tem um pouco de moralismo nisso também né… porque a pessoa é obrigada a ficar com uma só a vida inteira? De onde veio isso? E a gente tem que acreditar nisso e sofre pra caramba”.

Amigas desde “História de Amor”, novela de Manoel Carlos, que estreou na Globo em meados de 1995, Maria também usou o espaço das atrizes para expor sua opinião sobre as militâncias e todo o processo de desconstrução que vem passando, inclusive com a ajuda de seus filhos, João Betti, de 19 anos, e Bento Blat, de 12 anos.

Não é demais porque não é com você nem com seus filhos. A gente reproduz uma desigualdade imensa. Eu demorei muito tempo, e ainda hoje falo índio no lugar de indígena… A cada vez que a gente se policia, de corrigir a nossa fala, é você prestar atenção no outro e me suas dores. A gente já vive num país muito ferrado. E aí falam que dá muito trabalho porque agora a gente tem que pensar em tudo, mas é o mínimo. Eu erro muito. Sou muito corrigida por meus filhos, graças a Deus! Eles são muito melhores que a gente”, contou.

Maria, aliás, aproveitou o trocadilho do nome do podcast para reafirmar o que, em sua opinião, pode ou não pode. “Pode qualquer coisa que não machuque outras pessoas… O que não pode é você fazer algo que faça mal a outra pessoa. Não pode ser racista, não pode ser misógino, não pode votar no Bolsonaro, não pode ter desprezo pela desigualdade do país”, listou a atriz, que concluiu confessando que se tivesse que escolher entre atuar ou escrever, hoje optaria pela segunda opção.

“Eu me divirto muito mais atuando. Sou muito mais feliz atuando. Mas eu sinto que escrever é onde eu organizo as minhas ideias e onde faço mais diferença. Acho que eu escrevo coisas e aquilo ajuda outras pessoas mais do que atuando”, finaliza.

Para assistir às gravações do “Lá no Pod”, clique aqui.

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