Em “O longo caminho para a utopia”, livro de J. Brandford DeLong, lançado no Brasil pelo selo Crítica da Editora Planeta, há a revisitação do que o autor nomeia de “o longo século XX”, que engloba os anos entre 1870 a 2010, não sendo uma marcha para a direção do progresso, mas sim, o início de uma longa jornada na direção certa. Sendo um dos mais importantes economistas do mundo, J. Brandford DeLong considera que esses 140 anos foram os que trouxeram maiores impactos e consequências entre todos os vividos pela humanidade.
- “O longo caminho para a utopia” discute mudanças econômicas e tecnológicas no século XX
As grandes mudanças econômicas e tecnológicas que ocorridas após 1870 permitiram que o Homem começasse a emergir de séculos de pobreza e a lançasse em um crescimento econômico nunca antes visto na história. Houveram previsões que não se cumpriram, como a de que, com este novo poder, seria construída uma utopia. Com o fim dos 140 anos desse “longo século XX”, diversos efeitos negativos atingiram a vida humana, como o aquecimento global, depressão econômica, desigualdade social e uma rejeição generalizada do status quo.
- J. Bradford DeLong fala sobre as mudanças pós 1870 e sobre os 150 anos que já se passaram desde esse início
“Brad DeLong conta de forma erudita e emocionante a história de como todo o crescimento econômico desde 1870 criou uma economia global que hoje não corresponde a nenhum ideal de justiça. O longo caminho em direção à justiça econômica e a mais direitos e oportunidades iguais para todos deve continuar”, afirma Thomas Piketty, autor do best-seller O capital no século XXI.
No texto de introdução do lviro, o autor DeLong, declara que este é o primeiro século em que o fio histórico mais importante é o chamado fio econômico, visto que foi nesta época que se colocou um fim a quase pobreza material universal: “As coisas mudaram por volta de 1870. Foi quando surgiram as instituições para organização e pesquisa e as tecnologias – conseguimos a globalização plena, o laboratório de pesquisa industrial e a corporação moderna. Essas foram as chaves. Elas abriram o portão que até ali aprisionava a humanidade na extrema pobreza. Do outro lado do portão, surgiu a trilha para a utopia. E tudo de bom deveria ter se seguido a partir disso”.
No decorrer da obra, J. Brandford DeLong conta como com o longo dos anos, coisas boas foram geradas, mas também muita coisa de aspecto negativo. Assim como os indivíduos puderam se organizar para superar problemas e obstáculos, produzirem renda e ascenderem socialmente, também houve a iniciação do processo de utilização de tecnologias para manipular a natureza e se organizarem para explorar, dominar e tiranizar povos, visto que os piores e mais sangrentos acontecimentos sabidos da história humanidade deram-se no o século passado. A partir desta rememoração da história, o autor visa compreender a razão de mais de 150 anos depois e inúmeras revoluções tecnológicas depois a humanidade ainda não ter atingido a tão almejada utopia.
Com didática e uma profunda atenção aos detalhes, “O longo caminho para a utopia” busca destacar a importância econômica dos acontecimentos ocorridos durante o “longo século XX”, na procura para absorver os aprendizados necessários para a construção de um mundo melhor, já que de acordo com o autor J. Brandford DeLong: “Já se passaram 150 anos. Não chegamos ao fim da trilha que leva à utopia. Ainda estamos caminhando – talvez, já que não conseguimos mais enxergar com clareza o fim dela, ou até mesmo para onde ela leva. O que deu errado?”

