A dor crônica causada pela hérnia de disco, que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, pode estar com os dias contados. De acordo com o especialista em coluna, Dr. José Machado, os avanços tecnológicos nas cirurgias e tratamentos para essa condição estão promovendo uma verdadeira revolução na qualidade de vida dos pacientes. “Hoje, procedimentos minimamente invasivos permitem que muitos pacientes tenham alta hospitalar no dia seguinte à cirurgia, sem complicações graves na maioria dos casos”, afirmou o médico, destacando a eficácia das novas abordagens.
Estudos recentes reforçam essa visão otimista. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que oito em cada dez pessoas no mundo sofrem de hérnia de disco, uma condição caracterizada pela ruptura dos discos intervertebrais, que comprime os nervos e provoca dores intensas, principalmente nas regiões lombares L4, L5 e S1. Segundo Dr. Machado, apesar de a maioria dos casos ser tratada com sucesso através de métodos conservadores, como fisioterapia e medicamentos, há situações em que a intervenção cirúrgica é inevitável.
Pesquisas publicadas em revistas científicas, como a Spine Journal e a Journal of Neurosurgery Spine, indicam que pacientes com sintomas graves e persistentes que não respondem ao tratamento convencional podem obter alívio significativo da dor com cirurgia. “A cirurgia oferece alívio mais rápido e uma recuperação funcional mais eficiente, principalmente para aqueles que sofrem com dores debilitantes ou perda de função neurológica”, explicou o especialista.
Ainda de acordo com Dr. Machado, a complexidade da cirurgia de coluna muitas vezes é exagerada. Ele explicou que, graças às novas técnicas, como os bloqueios epidurais e as infiltrações, a recuperação é mais rápida e menos dolorosa. “É importante desmistificar a cirurgia de coluna. Atualmente, temos muitas opções menos invasivas que oferecem ótimos resultados. A decisão pelo tipo de intervenção deve ser personalizada, considerando o quadro clínico de cada paciente”, ressaltou.
Um estudo publicado no Pain Medicine Journal mostrou que os bloqueios epidurais podem fornecer alívio significativo da dor em pacientes que não respondem a tratamentos conservadores, evitando, em muitos casos, a necessidade de cirurgia. Outro estudo na Spine Journal confirmou a eficácia da infiltração epidural, especialmente para pacientes que apresentam contraindicações à cirurgia ou desejam evitar métodos mais invasivos.
Apesar dos avanços, Dr. Machado destacou que cada caso deve ser avaliado com cautela. “Embora os tratamentos conservadores possam ser eficazes, a cirurgia se torna indispensável quando há comprometimento severo da qualidade de vida do paciente. A decisão final deve ser baseada em uma análise criteriosa das condições de cada indivíduo e nas evidências científicas disponíveis”, concluiu o especialista.
Com a tecnologia a favor e o acompanhamento médico adequado, as perspectivas para quem sofre de hérnia de disco nunca foram tão positivas. Seja com tratamentos não cirúrgicos ou com intervenções mais avançadas, o futuro promete menos dor e mais qualidade de vida para milhões de pessoas.