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Analice Nicolau
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Epidemia silenciosa: insônia dispara e vendas de medicamentos dobram

Um olhar alarmante sobre o crescimento exponencial no consumo de medicamentos para insônia em 2023, revelando uma sociedade cada vez mais privada de sono e as implicações diretas na saúde pública

Analice Nicolau

18/03/2024 11h30

Em um levantamento recente realizado pela epharma, uma revelação surpreendente veio à tona: as vendas de medicamentos para insônia mais que dobraram no último ano, marcando um aumento de 100,5% em relação a 2022. Este aumento acompanha de perto o crescimento de 173% no número de beneficiários do Programa de Benefício de Medicamentos (PBM) que utilizam tais medicamentos, indicando uma tendência alarmante de distúrbios do sono entre a população.

Paralelamente, um estudo publicado na renomada revista Nature Reviews Endocrinology lança luz sobre uma faceta preocupante da insônia: sua relação direta com a obesidade. De acordo com a pesquisa, a privação de sono pode levar a uma diminuição no gasto energético, alterações nos hormônios responsáveis pelo apetite e escolhas alimentares prejudiciais, potencializando o risco de obesidade entre os afetados.

Wilson Oliveira Junior, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da epharma, destaca a importância de combater a insônia não apenas para melhorar a qualidade do sono, mas também como uma medida preventiva contra o aumento de peso e outras doenças associadas. “O cuidado com a saúde do sono é fundamental para manter o controle do peso e prevenir uma série de complicações de saúde”, ressalta Oliveira Junior.

O levantamento ainda aponta São Paulo como o estado líder no aumento das vendas desses medicamentos, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os principais medicamentos procurados incluem zolpidem e eszopiclona, refletindo uma busca crescente por soluções farmacêuticas para a insônia.

A situação é agravada por estilos de vida modernos, que frequentemente incluem longas horas de trabalho, estresse elevado e o uso constante de dispositivos eletrônicos, contribuindo para o distúrbio do sono. Além disso, a insônia e o desalinhamento circadiano têm sido associados a uma pior saúde metabólica e ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, reforçando a necessidade de uma abordagem mais holística na promoção de hábitos de sono saudáveis.

Esta crescente dependência de medicamentos para dormir, junto com os dados preocupantes sobre insônia e obesidade, sinaliza

um chamado urgente para ações de saúde pública que promovam melhores práticas de sono e abordem as raízes deste problema multifacetado.

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