O Dr. Carlos Marcelo de Barros, renomado médico especializado em cuidados paliativos e tratamentos intervencionistas da dor, compartilhou suas perspectivas sobre o cenário atual da medicina da dor e as tendências para o futuro. Em uma entrevista abrangente, o especialista destacou a evolução dos tratamentos disponíveis, os desafios enfrentados pelos profissionais da saúde e o papel crucial da abordagem multidisciplinar na gestão da dor crônica.
- Divulgação – Arquivo Pessoal/ O especialista destacou a evolução dos tratamentos disponíveis e os desafios enfrentados pelos profissionais da saúde.
O médico abordou a preocupante banalização do diagnóstico de fibromialgia, uma condição caracterizada por dor generalizada. Ele ressaltou que a doença é frequentemente diagnosticada sem uma investigação aprofundada, o que pode resultar em atrasos significativos no tratamento adequado.
- Divulgação – Arquivo Pessoal/ Dr. Carlos enfatiza a abordagem humanizada e multidisciplinar nos cuidados paliativos.
“Hoje, há dezenas, senão mais de 20 causas potencialmente curáveis que evoluem com dor generalizada semelhante. Pacientes com artrite reumatoide, lúpus, obesidade e síndrome metabólica, por exemplo, podem receber o diagnóstico equivocado de fibromialgia. O tratamento da patologia real é adiado, comprometendo a qualidade de vida do paciente”, explicou o especialista.
- Divulgação – Arquivo Pessoal/ O especialista destacou a evolução dos tratamentos disponíveis e os desafios enfrentados pelos profissionais da saúde.
Durante a entrevista sobre o tema, ele enfatizou a importância de uma abordagem sistemática, primeiro compreendendo a experiência do paciente em relação à dor e, em seguida, buscando um diagnóstico preciso. Muitos pacientes, mesmo com um diagnóstico, podem não ter fibromialgia, e identificar corretamente a causa da dor é crucial para um tratamento eficaz.
Os cuidados paliativos, frequentemente associados a doenças oncológicas, foram destacados pelo Dr. Carlos Marcelo como uma abordagem essencial para pacientes com doenças crônicas ameaçadoras da vida. Ele esclareceu que o escopo desses cuidados vai além do câncer, incluindo condições como insuficiência renal avançada, doenças reumatológicas e autoimunes avançadas, e doenças pulmonares avançadas.
Dr. Carlos enfatizou a abordagem humanizada e multidisciplinar nos cuidados paliativos, que envolve não apenas medicamentos, mas também intervenções físicas, emocionais e psicológicas. Ele mencionou técnicas intervencionistas, como a desativação de nervos para aliviar dores localizadas, como uma opção eficaz para muitos pacientes.
“Temos tecnologias inovadoras, como laser, ondas eletromagnéticas, ondas de choque e terapias com fotocêuticos , que são não invasivas e aplicáveis em vários tipos de dor”, afirmou o Dr. Carlos Marcelo, destacando o constante desenvolvimento de opções de tratamento.
O especialista abordou também a prevenção da dor crônica, enfatizando a importância de hábitos saudáveis, como boa alimentação, prática de atividade física moderada, sono adequado e cuidado com a saúde mental. Segundo o anestesiologista, essas práticas podem ajudar a reduzir a incidência de dor crônica na população. “ Cerca de 70% do sucesso do tratamento depende do comprometimento do paciente em modificar fatores que contribuem para a dor, como dieta e atividade física,” alegou.
Ao vislumbrar o futuro da medicina da dor, o Dr. Carlos expressou otimismo quanto à sua crescente importância. Ele prevê que a medicina da dor se tornará uma das maiores especialidades nas próximas décadas, pois os pacientes estão cada vez menos dispostos a aceitar uma vida comprometida pela dor.


