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Analice Nicolau
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Diagnóstico Tardio de Alzheimer: Conheça os Riscos

Novas formas de diagnóstico e desenvolvimento de medicamentos podem mudar a forma de controle desta doença neurodegenerativa?

Analice Nicolau

28/02/2023 15h00

Atualizada 01/03/2023 8h25

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 1 milhão de pessoas no Brasil estão acometidas pela Doença de Alzheimer, forma mais comum de demência. A enfermidade se manifesta principalmente a partir dos 65 anos e tem como características principais a perda de funções cognitivas, mudanças no comportamento e alterações psiquiátricas.

De acordo com o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional do Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e médico chefe da área de Neurocirurgia Funcional da Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Alzheimer se deve ao acúmulo de proteínas Beta-amilóide e da Tau no cérebro, originando inflamação, desorganização e destruição das células.

O diagnóstico tardio do Alzheimer é um dos maiores desafios da doença, pois, no início, os sintomas são leves e fáceis de serem confundidos com outras condições. Contudo, conforme a enfermidade progride, as falhas de memória ficam mais evidentes e ocorrem comprometimentos importantes em diversas funções fisiológicas, como a dificuldade de controlar a urina, de deglutir alimentos e outras restrições.

Para ajudar a sociedade a compreender a doença, o Dr. Marcelo Valadares elencou fatos sobre o Alzheimer que são essenciais para quem convive com algum conhecido com a enfermidade.

Nem toda demência é Alzheimer

Segundo o médico, essa é a maior dúvida entre as pessoas: associa-se a demência exclusivamente ao Alzheimer. “Não existe uma doença chamada ‘demência’: quando dizem que alguém tem uma demência, na verdade, ainda não existe um diagnóstico correto”, reitera. A demência é o nome dado ao conjunto de alterações e perdas de memória, inteligência, cognição, raciocínio, capacidade de se comunicar e se relacionar, personalidade e habilidades.”, explica.

Como diagnosticar o Alzheimer?

Além de análise clínica minuciosa de um neurologista que inclui entrevista com o paciente e cuidador, além de testes cognitivos, existem exames que identificam biomarcadores e os de imagem para o diagnóstico da doença, como a ressonância e a cintilografia de perfusão cerebral. “Um exame cognitivo pode mostrar perdas na habilidade, mas não é determinante para diagnóstico. Para a identificação desta doença, é preciso que exames de imagem sejam solicitados corretamente”, alerta o neurocirurgião.

Por que o diagnóstico precoce é importante?

Com a identificação precoce do Alzheimer, o médico pode iniciar o tratamento o mais breve possível e empregar recursos para ajudar a estimular a área do cérebro acometida. Embora ainda não seja possível impedir a progressão da enfermidade, o tratamento precoce significa melhorias na qualidade de vida e bem-estar do paciente. E, para tanto, também é essencial o papel do familiar ou das pessoas que convivem com o paciente. Afinal, é o outro que irá identificar as mudanças de comportamento nos idosos. A lista de manifestações desta doença inclui sintomas como perda de memória, mudanças comportamentais e disfunção da linguagem.

Algum medicamento cura o Alzheimer?

Hoje a doença ainda não tem cura, mas há uma corrida acelerada da indústria em busca de tratamento eficaz. Pesquisas clínicas na área trazem medicamentos que atuam principalmente nas proteínas vistas como causadoras do Alzheimer, mas ainda há um caminho de estudos árduo pela frente. Algumas pesquisas até indicaram redução de perda cognitiva em pacientes analisados, mas também trouxeram efeitos colaterais indesejados e às vezes graves. Mas hoje existem opções que auxiliam no melhor controle desta enfermidade e tratamento multidisciplinar com diferentes profissionais de saúde. O importante é procurar ajuda médica.

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