Menu
Analice Nicolau
Analice Nicolau

Câncer de pênis assola comunidades vulneráveis no Brasil, alerta urologista

Levantamento revela preocupante número de amputações e destaca desafios enfrentados por comunidades vulneráveis

Analice Nicolau

29/05/2023 16h00

Um novo estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em parceria com o Ministério da Saúde, revelou que regiões carentes e com escasso acesso à saúde no Brasil são recordistas mundiais em casos de câncer de pênis, quando comparadas ao tamanho de suas populações. Os dados alarmantes mostram que, nos últimos 15 anos, 7.790 homens perderam o órgão devido a essa doença devastadora.

De acordo com o levantamento, o urologista Dr. Danilo Galante destaca que a média anual de amputações penianas no país foi de 486 casos. O estado de São Paulo lidera em número de incidências, justificado pela sua densa população. No entanto, o estudo aponta que o Maranhão, por exemplo, possui índices recordes de tumores per capita, com algumas cidades apresentando o maior número de casos no mundo, quando comparadas à sua população.

Galante explica que o câncer de pênis, embora menos comum do que o de próstata ou de bexiga, representa uma séria ameaça principalmente para populações carentes e sem acesso adequado à saúde. “A falta de higiene e a presença do HPV (papiloma vírus), uma infecção sexualmente transmissível, são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença”, alerta.

“A área mais comumente afetada é a região da glande. O tratamento envolve a extração da glande e, em casos mais avançados, pode ser necessário remover o órgão por completo”, adverte Galante. Ele ressalta ainda que a cirurgia de fimose realizada na vida adulta não previne esse tipo de problema, destacando a importância de intervenções precoces logo no nascimento.

A preocupante situação revelada pelo estudo traz à tona a necessidade de ações voltadas para a conscientização e prevenção do câncer de pênis, especialmente nas regiões mais vulneráveis do país. O acesso a informações sobre saúde e medidas de higiene adequadas são fundamentais para combater essa doença que afeta de forma desproporcional os mais desfavorecidos.

As autoridades de saúde devem concentrar esforços na implementação de programas educativos e na ampliação do acesso a serviços de saúde, visando reduzir a incidência e evitar a perda irreparável do órgão. É necessário um trabalho conjunto entre governo, profissionais de saúde e a sociedade civil para enfrentar esse desafio e garantir que todos os brasileiros, independentemente de sua condição social, tenham o direito à saúde e à qualidade de vida.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado