A manhã de 7 de outubro revelou o início de um novo confronto em Israel. Cerca de 1500 integrantes do grupo terrorista palestino Hamas, romperam o bloqueio à Faixa de Gaza e infiltraram o Sul de Israel, onde realizaram massacres e sequestraram reféns.
Os terroristas do Hamas escolheram um kibutz como alvo. Kibutz é um tipo de comunidade israelense onde as pessoas vivem e trabalham em conjunto. Roberto Cabrini foi o único jornalista brasileiro a entrar em duas comunidades que foram dizimadas pelo Hamas e mostrar o cenário devastador que restou. O jornalista esteve no primeiro local atacado e esteve no hospital para onde as vítimas foram levadas.
Em um relato emocionante, Roberto Cabrini narra o que restou após o ataque cruel do grupo terrorista: um cenário de morte e destruição. Em uma participação especial no Domingo Espetacular da Record deste domingo (15), o jornalista Roberto Cabrini relatou como foi a cobertura.
De acordo com Cabrini, o kibutz onde ele esteve é frequentemente atacado pelos terroristas, e é um dos mais importantes de Israel. O jornalista revelou que o local conta com segurança de carros blindados e de tecnologia, entretanto, estes veículos foram totalmente destruídos, o que mostra o poderio de fogo dos terroristas.
“O ataque começou às 6:05 da manhã, para ser mais preciso. As primeiras forças de resistência do exército de Israel só conseguiram chegar quatro horas e meia depois, e mesmo assim, quando elas chegaram ao local, elas tinham um número bem inferior de integrantes do que do Hamas”, explicou.
“É um momento sempre tenso, porque é uma área de alto risco nessa guerra, estamos na fronteira com Gaza”, disse Cabrini ao trafegar em uma região cheia de forças israelenses e inúmeros carros blindados, o que, segundo o jornalista, sugere uma operação bélica de grandes proporções.
Pouco depois de receber autorização para seguir até o local atacado, o jornalista narra o que viu: “do meu lado direito, um corpo totalmente carbonizado. O exército de Israel pede para que este corpo não seja filmado, mas é uma cena chocante logo na entrada do kibutz”, inicia seu relato.
Roberto Cabrini conta que, ao entrar no kibutz, reforçaram a linha a ser seguida: evitar qualquer tipo de ideologia, apenas descrever o que encontraram por lá. “São imagens que documentam uma história”, diz o jornalista, que ainda conta que, no oitavo dia após o ataque, equipes especializadas ainda trabalhavam fortemente na retirada de corpos.
Em imagens exclusivas, a reportagem mostra o começo do confronto. Um grupo de terroristas se aproxima de um condomínio e quando um carro de moradores chega. Os terroristas executam todos que estavam dentro e começaram o massacre. O local foi visitado por Cabrini. Em uma das casas, pelo menos 10 pessoas foram mortas. O cenário narrado pelo jornalista é de destruição e crueldade. Roberto mostra quartos de crianças que foram mortas pelos terroristas e os escombros das casas atacadas.
Além disso, o jornalista observou que as marcas de tiros nas paredes revelam armas de alto calibre, com grade poder de destruição. “Fala-se que mais de 100 pessoas morreram aqui, fala-se o número 102, mas não tem uma confirmação, porque dezenas dessas pessoas foram sequestradas”, explica, sobre o que se sabe sobre o local, até o momento.
“Ao ver esta imagem desta casa totalmente destruída, é inevitável que a gente faça uma reflexão. Kibutz são lugares onde vivem pessoas de forma comunitária, um ajudando ao outro, não existem aqui combatentes, não existe aqui uma ideologia de destruição ao inimigo, apenas pessoas que tentam sobreviver, como também existem pessoas que tentam sobreviver do outro lado da fronteira. Mas esta é a marca mais clara e mais difícil de uma guerra: a da destruição e a da matança de inocentes. Algo que produz sentimentos muito duros, é que aqui, sentimos também um cheiro muito forte. É inquestionável que ainda existam corpos que não foram localizados aqui dentro”, fala Cabrini.
O jornalista conversou com uma porta-voz das forças armadas de Israel, que contou que os moradores foram pegos de surpresa enquanto estavam em suas casas, suas camas. “O Hamas lançou granadas e depois ateou fogo nas pessoas. O lugar onde havia paz e harmonia se tornou nesse cenário de destruição”, contou a major.
Cabrini chamou a atenção para partes de foguetes e casas destruídas e o grande poder bélico. O jornalista conseguiu autorização para visitar o Hospital Sheba, em Tel Aviv, para onde foram levadas as vítimas do ataque. O apresentador entrevistou um tenente que foi ferido ao participar das operações no kibutz.
O tenente de 23 anos contou que o helicóptero onde estava foi atingido em pleno voo, porém, o piloto conseguiu pousar. Ele revelou que conseguiram salvar apenas dois sobreviventes que estavam em um bunker, e que o combate foi desproporcional, pois estavam em 40 soldados contra 150 extremistas. O militar foi atacado por extremistas em uma casa e levou tiros de metralhadora no estômago e no braço, disse que é um milagre estar vivo, e que seu colega foi morto ao seu lado.
“Gaza está aqui, nesta direção, a menos de dois km de distância. Os tanques e os soldados israelenses se mostram prontos para a invasão. Resta saber quando ela irá acontecer e que consequências irá produzir”, finaliza.