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Analice Nicolau
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Anvisa autoriza Mounjaro da Eli Lilly: novo tratamento revolucionário para Diabetes Tipo 2

Medicamento inovador chega ao Brasil para controlar glicose e promover perda de peso

Analice Nicolau

28/09/2023 14h30

Na última segunda-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez história ao dar sinal verde para o Mounjaro, desenvolvido pela gigante farmacêutica Eli Lilly, como uma inovação promissora no tratamento do diabetes tipo 2. Este medicamento, cujo princípio ativo é a tirzepatida, já havia obtido aprovação nos Estados Unidos e na Europa, mas agora está disponível para os brasileiros que buscam controlar essa condição de saúde.

O que torna o Mounjaro tão notável é sua eficácia impressionante, que se assemelha notavelmente à do Ozempic, fabricado pela Novo Nordisk, uma referência no tratamento do diabetes. Pesquisas detalhadas embasaram a autorização da Anvisa, revelando que o Mounjaro supera seu concorrente em termos de controle da glicose no sangue e, surpreendentemente, na promoção da perda de peso.

A tirzepatida, inicialmente indicada apenas para tratar o diabetes, está sendo estudada para uma série de outras condições de saúde, incluindo obesidade, apneia do sono, doença renal crônica e insuficiência cardíaca. Além disso, está sob investigação para o tratamento de esteatose hepática, uma condição que afeta o fígado e que, quando negligenciada, pode levar a complicações graves.

Mas como a tirzepatida funciona? Essa substância opera imitando as funções de dois hormônios intestinais cruciais, o GLP-1 e o GIP, também conhecidos como “incretinas”. Esses hormônios desempenham um papel fundamental na conexão entre a ingestão de nutrientes e a regulação da insulina no corpo.

Simplificando, o GLP-1 é um hormônio que o intestino produz durante a digestão, desacelerando o processo digestivo e proporcionando uma sensação de saciedade quando os níveis de glicose estão altos. Por outro lado, o GIP é um hormônio peptídeo que estimula as células beta no pâncreas a produzirem mais insulina, regulando assim os níveis de glicose no sangue.

O Mounjaro, como um coagonista que interage com vários receptores hormonais, tem a capacidade de reduzir o apetite por meio de neurotransmissores, sem prejudicar o sistema cardiovascular, pelo contrário, protegendo-o. Isso é particularmente relevante, já que tanto a obesidade quanto o diabetes aumentam o risco de doenças cardiovasculares.

O Dr. Ronan Araujo, especialista na área, ressalta: “Os resultados deste tratamento são notáveis, ultrapassando até mesmo a eficácia da cirurgia bariátrica. Na área de perda de peso, profissionais que se dedicam ao emagrecimento consideram que estamos vivenciando uma era em que a cirurgia bariátrica pode estar se tornando obsoleta, uma vez que conseguimos alcançar resultados ainda mais impressionantes com o uso deste medicamento.”

Embora os efeitos colaterais sejam geralmente brandos, é essencial lembrar que qualquer medicamento desse porte deve ser administrado sob acompanhamento médico e fazer parte de um tratamento abrangente para condições crônicas, como a obesidade. Transformações notáveis no controle do peso podem ser alcançadas, com potencial para eliminar até 23% do peso corporal, algo semelhante ao resultado de uma cirurgia bariátrica. No entanto, mudanças no estilo de vida e acompanhamento de longo prazo são fundamentais nessa jornada.

O Mounjaro da Eli Lilly promete trazer esperança e mudar a vida de muitos brasileiros que enfrentam o desafio do diabetes tipo 2 e outras condições relacionadas à saúde. Com a Anvisa aprovando essa inovação, o futuro parece mais brilhante para aqueles que buscam uma abordagem eficaz e menos invasiva para esses problemas de saúde crônicos.

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