Menu
Analice Nicolau
Analice Nicolau

André Groh e o Quiet Quitting de Marca

Colunista Analice Nicolau

13/10/2025 8h00

Atualizada 12/10/2025 20h14

Andre Groh Crédito: Guilherme Zucco

Quando o medo de falar custa mais caro que o erro

Na era da informação instantânea, muitos líderes acreditam que o silêncio é uma estratégia segura. Um refúgio em meio à polarização e ao escrutínio constante. No entanto, essa retirada estratégica pode ser um erro fatal para a reputação de uma empresa, um fenômeno que o jornalista e especialista em gestão de marca corporativa, André Groh, define como “Quiet Quitting de Marca”.

Este “abandono silencioso” ocorre quando grandes corporações, em vez de se posicionarem ativamente com suas pautas de inovação, ESG ou resultados, recuam para uma comunicação de baixo esforço. Limitam-se a respostas protocolares e comunicados obrigatórios, acreditando que a ausência protege. É um engano perigoso.

André Groh Crédito: Guilherme Zucco

Como bem alerta Groh, “a reputação não tolera vácuo”. Quando uma marca se cala, ela cede um espaço valioso que será rapidamente ocupado pela concorrência, por boatos ou, no pior dos cenários, por narrativas que ela não controla. A imprensa e os stakeholders interpretam essa ausência não como prudência, mas como irrelevância ou medo. O resultado é a perda silenciosa de um dos ativos mais importantes de uma companhia; a sua credibilidade.

As consequências para as empresas que adotam essa postura são severas e graduais, minando a construção de valor a longo prazo. André Groh destaca três perigos principais:”Os perigos de minar a construção de valor a longo prazo saão severos. Primeiramente, a marca perde seu posicionamento e deixa de ser uma referência, tornando-se uma mera coadjuvante no mercado. Isso, por sua vez, gera uma enorme vulnerabilidade em crises, pois, sem um histórico de credibilidade com a mídia e o público, o impacto negativo é amplificado e não haverá créditor de confiança para recorrer. Finalmente, a marca torna-se “invisível” e irrelevante para talentos e investidores que buscam empresas com propósito, afastando capital humano e financeiro

Para reverter esse quadro, é preciso reavaliar o papel da comunicação e da assessoria de imprensa, que deve evoluir de uma gestora de comunicados para uma força estratégica, quase como um “Chief Relevance Officer”. A comunicação moderna, em 2025, precisa ser a antena da empresa, identificando pautas relevantes e posicionando seus líderes como fontes de valor, não apenas como vendedores. A mensagem é clara; é hora de abandonar o “quiet quitting” e abraçar uma “Comunicação de Alto Esforço”,  estratégica, transparente e, acima de tudo, presente. Porque no mercado atual, não ser visto é o primeiro passo para ser esquecido.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado