Em uma iniciativa impactante, a apresentadora Ana Hickmann conduziu uma live em seu perfil no Instagram, abordando questões cruciais sobre violência doméstica. A transmissão contou com a participação de Maria da Penha Fernandes, que deu nome à Lei de Proteção à Mulher, e Regina Célia Almeida Silva Barbosa, vice-presidente do Instituto Maria da Penha.
- Ana Hickmann recebeu Maria da Penha e Regina Célia, vice-presidente do Instituto Maria da Penha para estreia de lives sobre violência doméstica
Maria da Penha, natural de Fortaleza – CE, compartilhou sua história, que inspirou a criação da lei que completa 18 anos em 2024. Ela foi vítima de uma dupla tentativa de feminicídio por parte de Marco Antônio Heredia Viveros. O agressor atentou contra sua vida com um tiro nas costas, deixando-a paraplégica, e posteriormente a manteve em cárcere privado, tentando eletrocutá-la durante o banho.
- Regina Célia, vice-presidente do Instituto Maria da Penha e referência no assunto gênero e equidade racial
Regina Célia, importante nome no cenário brasileiro de gênero e equidade racial, destacou a relevância da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340), promulgada em 2006, como uma grande conquista do movimento feminista. A live, que marca o início de uma série, tem como propósito informar sobre os direitos das mulheres no Brasil, abordando temas relacionados à violência doméstica, e deve se estender até o Dia da Mulher, conforme anunciou Ana.
- Maria da Penha dá nome a Lei de proteção às mulheres contra todos os tipos de violência
O projeto de Ana Hickmann, que teve origem após a apresentadora ser agredida pelo ex-marido, Alexandre Correa, visa trazer visibilidade e conscientização para a causa. Com mais de 18 milhões de seguidores, a audiência da live ultrapassou 10 mil pessoas simultaneamente.
“Todo mundo sabe que a minha vida virou de ponta a cabeça, passei por situações complicadas dentro da minha casa e por longos anos me mantive calada, até o ponto que precisei pedir ajuda e socorro. Muitas vivem situações que vivi e venho vivendo ainda”, revelou Ana durante a apresentação do projeto.
A Lei Maria da Penha é uma ferramenta crucial para combater a violência doméstica, como ressaltou Regina Célia. Ela explicou a importância do número 190 para situações de urgência e ameaça à vida, enfatizando que a denúncia é fundamental.
“No dia que precisei do socorro disquei 190. Explica para todo mundo qual o meio de comunicação para ajuda e para denúncia”, pediu Ana para Regina Célia. Regina afirmou que Ana fez certo e que esse número serve para ser discado quando a mulher está em uma situação de urgência, de ameaça à vida.
Ana Hickmann, questionando sobre a medida protetiva, confessou inicialmente ter sentido medo e vergonha, mas compreendeu a necessidade para preservar sua integridade física. Maria da Penha, por sua vez, abordou a questão do ciclo de violência, ressaltando como os homens foram condicionados a repetir padrões prejudiciais.
“Os homens foram acostumados, foram educados vendo seu avô batendo na sua avó, seu pai batendo na sua mãe, o pedido de desculpas acontecer e depois voltar tudo de novo. Uma nova lua de mel, uma nova viagem, novos presentes e depois a situação se repete”, explica Maria da Penha.
Durante a live, foi destacada a persistência da violência, mas enfatizando a importância de informar e falar sobre o tema. Regina Célia, além de ser vice-presidente do Instituto, atua como professora universitária há 26 anos, dedicando-se a criar mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica.
“Infelizmente agressão é um problema que perdura, mas a gente precisa falar e informar. Conhecimento é poder e é importante que estejamos falando de forma objetiva que essas mulheres não estão sozinhas. É uma lei completa. Nós não precisamos mexer na letra da lei, mas precisamos alterar as atitudes para que ela inclua, abrace e acolha e traga justiça para todas as mulheres”, explicou Regina Célia.
A live contou também com a presença emocionante de Maria da Penha, que expressou sua gratidão pelo convite e seu entusiasmo em contribuir para que a lei seja mais conhecida e acessada com segurança por todas as mulheres.
“Muito obrigada pelo convite. Estava ansiosa para que desse tudo certo. Estava adorando seu posicionamento, suas perguntas. Tudo no maior esforço para que a lei seja mais conhecida e denunciando para que todas as mulheres possam acessar a lei com segurança”, disse Maria da Penha.
Ana Hickmann agradeceu a coragem de Maria da Penha por ter lutado pelos seus filhos e reforçou o compromisso de manter o diálogo constante sobre a violência doméstica. “Não tem classe social, endereço, nada. Serve para todas”, concluiu a apresentadora, reiterando a importância de unir esforços na luta contra a violência às mulheres.
No final da transmissão, Ana Hickmann foi convidada por Regina para se tornar embaixadora do Instituto Maria da Penha, convite prontamente aceito pela apresentadora, que ficou emocionada. “O convite está aceito”, disse. “Vou estar sempre aqui abrindo portas, janelas para mulheres que passaram por isso. Toda semana falaremos desse assunto e trazer conhecimento para todas. Não tem classe social, endereço, nada. Serve para todas. Penha você é uma mulher incrível, muito obrigada por ter desistido, por ter lutado pelos seus filhos”, concluiu Ana.


