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Analice Nicolau
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“Nesse Momento de ódio resolvi fazer um filme sobre amor” diz Aly Muritiba com filme que pode concorrer ao Oscar

Dirigido por Aly Muritiba, e premiado em Veneza, o longa chega aos cinemas nacionais em 25 de novembro, depois de estrear na 45a Mostra de São Paulo

Analice Nicolau

16/10/2021 9h00

Atualizada 15/10/2021 18h58

Dirigido por Aly Muritiba, e premiado em Veneza, o longa chega aos cinemas nacionais em 25 de novembro, depois de estrear na 45a Mostra de São Paulo

Tem produção brasileira a caminho da disputa pelo Oscar 2022. Deserto Particular, do diretor Aly Muritiba, foi eleito pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de melhor filme internacional no Oscar de 2022. O filme foi premiado no Festival de Veneza deste ano, o filme brasileiro ganhou o prêmio do público, Prêmio Del Pubblico BNL 2021, da Mostra Venice Days, o longa fará sua estreia brasileira na 45a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que começa na próxima semana. E tem data marcada para chegar aos cinemas de todo o país: 25 de novembro.

O longa é protagonizado por Antonio Saboia (“Bacurau”), como Daniel, um policial afastado do trabalho depois de cometer um erro. Ele mora em Curitiba e cuida de seu pai doente. 

Daniel fala pouco, e sorri menos ainda. Seu único motivo de alegria é a misteriosa Sara, uma moça que mora no sertão da Bahia, e com quem se corresponde por aplicativo de celular. O desaparecimento súbito de Sara faz com que Daniel resolva cruzar o país em busca de seu amor.

“Estou me sentindo extremamente feliz e honrado de ter o meu filme escolhido para representar o Brasil na corrida do Oscar em 2022. DESERTO PARTICULAR é um filme de amor, feito num país conflagrado, dividido, que vem sendo regido no signo sob o discurso do ódio, e ter, nesse contexto, nesse momento histórico, um filme de amor como o escolhido para representar nosso país, é uma bela mensagem, um belo sinal, mandado pelos representantes da Academia Brasileira de cinema. Um recado de crença no cinema, e de crença no poder transformador do amor, da tolerância, do encontro. Fico muito feliz de ter essa responsabilidade, de levar para os membros da Academia Norte-americana de Cinema uma outra visão, uma visão distinta de Brasil. Um Brasil mais tolerante amável. Um Brasil que está muito mais disposto ao encontro, ao sorriso e ao prazer do que à disputa, à guerra, à raiva e ao ódio”, comemora Muritiba.

 “DESERTO PARTICULAR é um filme de encontros. Desde 2016, com o golpe que tirou do poder uma presidenta democraticamente eleita, minha geração, formada depois da Ditadura Militar, enfrenta o momento mais dramático de sua existência. O país afundou numa espiral de ódio que culminou com a eleição de um fascista como presidente. Nesse momento de ódio, resolvi fazer um filme sobre o amor”, explica o cineasta.

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