Dra. Fabricia Signorelli, psiquiatra especializada em transtornos do neurodesenvolvimento da infância à vida adulta, TEA e TDAH, saúde mental e altas habilidades, destaca a importância crucial do sono na infância em sua recente contribuição para a compreensão dos impactos do sono na saúde mental.
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Com base em uma revisão publicada no The Lancet Psychiatry em 2020, que examina as relações entre distúrbios do sono e transtornos psiquiátricos, a dra. Signorelli destaca que os efeitos de uma noite mal dormida são amplamente conhecidos, mas o artigo vai além, explorando como as perturbações do sono podem desencadear problemas de saúde mental.
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O sono, longe de ser um estado passivo, desempenha várias funções essenciais. Essas incluem apoiar a consolidação da memória, ajudar no processamento de emoções e desempenhar um papel crucial na restauração física e mental. O artigo destaca que distúrbios do sono podem resultar em uma série de problemas de saúde mental, como aumento de ansiedade, depressão, alterações do humor e percepção negativa de estímulos neutros.
Além disso, a dra. Fabricia Signorelli ressalta que a privação do sono também pode ter efeitos fisiológicos, afetando a função endócrina e imunológica. Ela destaca que distúrbios do sono muitas vezes não se limitam à simples perda de sono, incluindo elementos como sono fragmentado, má qualidade do sono e reações psicológicas negativas.
Estudo revela impacto dos hábitos de sono em crianças pré-escolares
Para complementar suas observações, a dra. Fabricia discute um estudo pioneiro que analisa a associação entre hábitos de sono e comportamentos problemáticos em crianças pré-escolares saudáveis. O estudo, intitulado “A study of association between sleep habits and problematic behavior in preschool children”, revelou resultados significativos.
Crianças com hábitos de sono inadequados, como ir para a cama tarde e sair frequentemente de casa após as 21h, apresentaram não apenas padrões de sono comprometidos, mas também pontuações mais altas em comportamentos problemáticos, conforme avaliado pela Child Behavior Checklist (CBCL)/4–18.
A médica destaca um editorial recente publicado no JAMA Pediatrics em 2022, que sugere que a duração do sono nas crianças pode ser facilmente estendida em cerca de meia hora por noite, incentivando uma hora de dormir mais cedo. A revisão, que incluiu 45 ensaios clínicos randomizados e quase 14.000 crianças e adolescentes, mostrou que abordagens simples, como educar os pais sobre a importância da hora de dormir e manter eletrônicos fora do quarto, podem ter impactos significativos. A publicação enfatiza que essas intervenções simples podem ser aplicadas facilmente pelos pais, oferecendo uma solução prática e focada para melhorar a qualidade do sono das crianças.

