Tatuagem é arte milenar. Praticada em diversas culturas em todo o mundo, é considerada uma forma de arte porque exige habilidade e criatividade para criar algo único e significativo. Hoje, a Além do Quadradinho apresenta o tatuador e artista plástico Heitor Martins, conhecido também como “Thor”. Depois de anos se dedicando à programação em tecnologia, decidiu se dedicar à arte de tatuar. Goiano, mas morador da capital desde os anos 1990, “Thor”, que já viveu uma parte de sua infância na aldeia Ritumbrë, na terra indígena Kuluene/Parabubure, vem deixando seu traço autêntico e cheio de detalhes em peles e em quadros espalhados por todo o Brasil.
Como foi a descoberta com a tatuagem?
Trabalhei dos 17 aos 32 anos com Tecnologia da Informação, mais especificamente com programação. No entanto, sempre quis desempenhar uma atitude mais ativa nas artes. Toquei muito tempo na noite, mas o que sempre me acompanhou de verdade foi o desenho. Assim, a tatuagem sempre fez parte da minha vida, seja por intermédio de amigos que já eram tatuadores, ou àqueles que eram artistas plásticos. Eles me inspiraram muito, porque lá no fundo, o desenho sempre foi um um grande companheiro.
E quando veio a necessidade de encarar a tatuagem como profissão?
Foi depois que minha filha nasceu. Eu comecei a me questionar bastante, porque eu ainda estava trabalhando com TI, mas já não estava satisfeito fazia um tempo. Me estressava muito e o ritmo de trabalho era muito intenso, o que começou a me fazer mal. Conversando com amigos mais próximos, comecei a me inteirar sobre a profissão e fui me apaixonando. Quando descobri o mercado de tattoo autorais, decidi que era isso que ia fazer e apenas comecei, meti as caras.
Você ainda vê que a tatuagem sofre preconceito?
Vejo que em alguns ambientes ainda existe sim preconceito, mas fico feliz, porque acho que isso está ficando para trás. Hoje tudo, tudo é debatido e, ainda bem, as gerações mudam. Hábitos preconceituosos são cada vez mais mal vistos e dissociados e assim é com a tatuagem.
E como foi descobrir seu “próprio traço”?
Sempre tive muita admiração pelos esboços de Leonardo Da Vinci, o que foi uma grande influência artística. Quando resolvi aprender a tatuar, minha intenção foi realmente direcionar minhas peças autorais para um estilo próximo aos esboços que tanto me inspiraram.
E como ser tatuador te desafia hoje?
Acho que a tattoo me proporcionou uma ruptura super positiva na minha vida. Foi a descoberta de algo que me fazia muito feliz e que poderia me dar o suporte artístico e financeiro para poder continuar evoluindo. Meu maior desafio como tatuador e artista plástico será sempre o “próximo passo”, o famoso: “e agora, pra onde eu vou?”. (risos). Na arte e nas suas infinitas possibilidades.
Dentro de toda sua trajetória, qual momento mais te marcou?
Foi realmente a mudança de carreira, porque vivi uma grande ruptura. Não só no campo profissional, mas em outros muitos campos da minha vida. Para mim, eu fui super ousado! (risos) Deixar uma carreira segura como programador para viver de arte em um país desigual como o Brasil, é preciso ter muita coragem e ousadia.
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