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Além do Quadradinho
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Entrevista: Victor Abrão lança samba solar em parceria com Márcia Tauil

Não é sempre que se encontra um momento de pura alegria e se sai por aí cantarolando uma canção

Thaty Nardelli

10/07/2023 15h35

Foto: Violeta Céspedes/Divulgação

Não é sempre que se encontra um momento de pura alegria e se sai por aí cantarolando uma canção. Mas foi num dia assim que o brasiliense Victor Abrão achou as primeiras estrofes de seu novo single, “Vem Me Dar Um Beijo” música em parceria com a artista Márcia Tauil.

Conhecido da cena brasiliense, Victor Abrão tocou na banda Deuses da Kaaba nos anos 2000, seguiu em carreira solo saindo do rock e indo para a MPB e samba: “Vem Me Dar um Beijo” é um samba solar. A amizade com Márcia veio através do diretor musical e arranjador da canção, Cairo Vitor. Victor começou a fazer aula de canto com Márcia e foi daí que tudo começou. “Chamei a Márcia, porque além da parceria musical e amizade, pra mim é uma honra enorme dividir essa canção com ela”.

Aos 9 anos de idade, você já estava envolvido com a música, estudando violão… Você lembra como surgiu essa paixão? 

A música veio muito cedo, juntinho com a escrita. Lembro-me de me encantar pelas palavras e de escrever pequenas frases poéticas com 6, 7 anos de idade. Nessa época, também compunha músicas – ficava repetindo uma história em formato musical – como não tinha celular, nem gravador e nem nada, eu ficava repetindo pra não esquecer. Lembro de gostar muito disso. Depois, meus primos tinham uma banda  de garagem e eu gostava de ficar vendo, foi por aí que me deu vontade de tocar violão. 

Você já transitou em várias linguagens da arte, como a cênica e a música… Como elas te ajudaram no seu processo criativo?

Tenho só carinho e agradecimento pelo teatro. Vejo essa influência forte quando penso num show, penso na dramaturgia do show, qual música vem depois de qual, por onde o músico entra e sai de cena, já imagino a luz, a energia de cada canção, então sim, tudo se soma e se multiplica muito. 

E como surgiu a canção “Yemanjá”?  

Essa música veio em num sonho, sonhei que estava na beira do mar, em Salvador, e a música veio vindo. No próprio sonho eu pegava um gravador, um violão e tocava. Aí acordei muito emocionado e gravei essa primeira forma. Depois, naturalmente, teve algumas modificações, mas a alma da música veio nesse sonho.

Ouça “Yemanjá” nas plataformas digitais

Agora,  você estreia o single “Vem Me Dar Um Beijo” em parceria com a artista Márcia Tauil… 

Aqui já aproveito pra falar também de Cairo Vitor, amigo e parceiro de trabalho muito importante nessa caminhada. Foi Cairo quem me apresentou Márcia – e depois também Cairo que arranjou e dirigiu musicalmente tanto “Yemanjá” quanto “Vem me dar um beijo”. Trabalhamos muito bem juntos. Ele escuta muito o compositor na hora de criar o arranjo, e acho que isso mantém a alma da música. 

Ouça “Vem me dar um beijo”

E como foi o processo de criação da música e a formação desse encontro?

Então, nos idos de 2017 conheci Márcia, e toda sua obra incrível como compositora e cantora. Até que um dia mostrei a melodia de “Vem me dar um beijo e o tema” – que eu tinha feito em 2014. Aí ficava nessa: “Vem me dar um beijo quem? Pra onde ?”.  Em dois dias ela fez 2 estrofes, e abriu minha cabeça pra onde a música podia ir, depois fomos complementando até que a música ganhou essa forma atual. Trabalhar com ela é muito interessante porquê o horizonte se abre!

“Vem Me Dar Um Beijo” acabou se tornando uma grande celebração dessa amizade…

Chamei a Márcia, porque além da parceria musical e amizade, pra mim é uma honra enorme estar com ela no palco. Ela é uma grande cantora e, nos bastidores, Márcia me dá muitos toques sobre carreira e sobre vida. E não é só comigo, ela é um furacão em termos de produção, de fazer alunos e alunas se tornarem realmente cantores, e de orientar carreiras, produzir shows, compor, etc. É uma madrinha mesmo na música e que põe todo mundo pra cima. Por isso tudo, é muito emocionante pra mim fazermos essa parceria. É daí que vem essa vontade de homenageá-la e ter essa troca tão bonita.

Desde criança o samba é um estilo que está presente em sua vida? 

Sim, especialmente por conta de um tio que em todas as festividades e ocasiões cantava samba. Era Natal: samba! Aniversário? Samba! O almoço em família também tinha samba. Vejo em “Vem Me Dar Um Beijo” a influência desse meu tio, que foi quem me apresentou o samba com uma paixão enorme, e acho que a paixão pelo samba que sinto hoje vem dele. Daí fui buscando ir ao samba, ouvir samba, e fui me apaixonando ainda mais – Alcione, Cartola, Dona Ivone Lara, Paulinho da Viola, Fundo de Quintal, Beth Carvalho, Sete na Roda, Filhos de Dona Maria, Zeca, Noel, e por aí vai… No meu trabalho como um todo tem outras influências, mas no samba são essas e muito mais.

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