Rafaella Panceri
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Os estudantes e empreendedores João Gabriel Prates Amorim, 24, e João Vitor D’Ajuz, 21, resolveram transformar Brasília por meio da terra. A sugestão deles para este aniversário da capital é mudança de hábitos. Eles decidiram fazer do terreno inativo de uma chácara no Jardim ABC, Região Metropolitana do DF, uma plantação de alimentos orgânicos. A produção toma forma aos poucos e os garotos já começaram a vender de tudo: alface, batata doce, quiabo, cenoura, repolho. Montaram uma banca no Parque Olhos D’Água, na Asa Norte, há um mês, e abrem aos sábados pela manhã. A marca homenageia a região: Céu do Cerrado.
O contato com os moradores de Brasília, no parque, revela a falta de informação sobre os orgânicos. “Alguns parabenizam, outros já viraram clientes fixos. Os alimentos que mais vendem são os convencionais. O pessoal está acostumado a comer a mesma coisa sempre, mas existem milhões de alimentos diferentes, como a chicória, o broto de alho”, aponta João Gabriel.
João Gabriel Prates (Foto: João Stangherlin)Os rapazes assumem uma função educativa. Explicam aos clientes como preparar alimentos considerados exóticos. Tem gente que acha caro. “Muitos ainda não ligam para o fato de ser orgânico ou não. É mais difícil de produzir, depende da época e de um cuidado mais constante”, explica João Gabriel.
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Mesmo em fase embrionária, a Céu do Cerrado contribui para a mudança de hábitos na comunidade, na visão dos dois. “Queremos mudar um pouco esse costume de comprar só no supermercado. Estimular o brasiliense a ir mais à feira, ter contato com os alimentos”, argumenta João Vitor.
“O consumidor não interage. Não sabe de onde vem um pé de alface que passa por cinco mãos e demora uma semana para chegar ao prato. A gente quer mudar isso”, acrescenta João Gabriel. “Eu vejo a Céu do Cerrado como uma saída. Além de bons alimentos, levamos também informação para quem não sabe o que é um alimento orgânico. Aos poucos, conseguimos mudar quem está perto. Pelo menos amigos e amigos de amigos”, acredita o rapaz.