Da Redação
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Prestes a completar 12 anos de carreira, a banda mineira Zé da Guiomar vai tocar hoje, às 21h, no Clube do Choro. Formado por Márcio Souza (vocal e violão), Valdênio (cavaquinho), Renato Carvalho (saxofone), Totove Ladeira, Analu e Marcelim do Vale (os três na percussão), o grupo ganhou destaque em Belo Horizonte e se prepara para lançar o terceiro disco: Samba Feiticeiro.
A banda surgiu de forma despretensiosa, com encontros entre amigos que se divertiam formando rodas de samba em uma casa noturna de Belo Horizonte. Ninguém imaginava que fosse ficar tão sério, até que o sucesso pegou os integrantes de surpresa. “Teve um início bem informal, mas começamos a atrair muita gente e foi dando certo”, conta o vocalista Márcio Souza.
Apesar de tocarem juntos desde 2000, o primeiro disco, batizado apenas com o nome da banda, só foi lançado em 2005, com clássicos da música brasileira como O Telefone Tocou Novamente, de Jorge Bem Jor, e É Um Luxo Só, de Ari Barroso e Luiz Peixoto.
O CD, gravado de forma independente com apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, teve a tiragem de cinco mil cópias esgotada. O segundo álbum foi O Samba Tá (2008), com 13 faixas, das quais sete são autorais, como Solidão, Proposta, Faltou Você e Cinzas, além de canções de nomes conhecidos, como Nega do Obalu-aê, o cantor Wando e outras quatro músicas inéditas de compositores mineiros.
Influência baiana
Esse ano, o Zé da Guiomar apresentará ao público seu terceiro trabalho de estúdio, Samba Feiticeiro, uma tradução mineira do gênero baiano. Todas as músicas do repertório são de compositores baianos, como Dú Marques, Marcus Paulista, Nelson Rufino, Wilson das Neves e Batatinha.
“Nós fomos até Salvador, onde nos apresentamos em 2010, e conhecemos alguns compositores que nos deram impulso para conhecermos o repertório dos músicos da Bahia”, diz Márcio, explicando a escolha das faixas.
O disco traz um samba descompromissado, com letras que falam de amor, trabalho e até do próprio ritmo, sempre de forma leve e descontraída. “O tal que inventou o trabalho só pode ter uma cabeça oca, ‘pra’ conceber tal ideia, que coisa louca”, diz a letra de Inventor do Trabalho, composição de Batatinha. O álbum conta ainda com participações especiais dos mineiros Pereira da Viola e Formosas.
O show no Clube do Choro marca o lançamento do álbum em Brasília, onde o grupo já se apresentou sete vezes. O sexteto já passou por vários lugares do Brasil e até mesmo por terras estrangeiras, como Buenos Aires, mas considera o DF um dos melhores lugares para se apresentar.
“Não sei se é porque tem muita família mineira aqui, mas a gente sempre é muito bem recebido, sempre tem casa lotada. Depois de Belo Horizonte, deve ser onde temos mais receptividade ”, afirma o vocal.