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Untorthodox Jukebox marca novo rumo na carreira do cantor Bruno Mars

Arquivo Geral

21/12/2012 9h40

Da Redação

roteiro@jornaldebrasilia.com.br

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Emplacar um Justin Bieber do soul foi a meta de Doo-Wops and Hooligans, o popular cartão de visita de Bruno Mars, de 2010. Embora nove anos mais velho que o fenômeno teen, o jovem crooner caiu nas graças das debutantes e tornou-se um soul man para a geração Crepúsculo: voz cheia de alma, arranjos de Motown, chapeuzinho de gângster e um bom-mocismo palatável para fãs de 14 anos (“eu agarraria uma granada por você”, canta, em seu hit Granade).

 

Mars decolou nas paradas, ganhou respeito da máquina e controle sobre a direção de seu novo disco, Unorthodox Jukebox, lançado pela gravadora Warner Music.

 

“Fui para o estúdio, compus e gravei o que quis. Esse disco representa a minha liberdade”, disse Bruno à revista Billboard deste mês.

O resultado é uma consistente meia hora de pop com ecos de soul, reggae e rock, que reflete o amadurecimento de Mars como pop star.  Além de um certo descompromisso com o público jovem tão cortejado em Doo-Wops and Hooligans.

 

Música adulta

 

Money Make Her Smile, sobre uma stripper, é o resultado de uma noite passada com o produtor Diplo em uma boate, em Paris. When I Was Your Man destila dor de cotovelo, refletindo sobre todas as coisas que poderiam ter sido feitas por uma mulher, mas não foram, e agora são realizadas por outro homem. Para completar, “Vocês, jovens garotas, me deixam louco… Vocês serão a minha morte… Eu sempre voltarei para vocês”, canta Bruno Mars, sobre acordes melancólicos, na faixa-título, Young Girls, como se estivesse se despedindo de suas tietes.

 

A alforria do galã teen tece uma narrativa consistente e cai bem com o tipo de pop maduro, feito tanto para jovens adultos quanto para a plateia de meia-idade. Trata-se do público que ainda compra discos. E a produção de Unorthodox Jukebox soará familiar para ouvidos acostumados com pop de FM dos anos 1980. 


Identidade própria

Desde Doo-Wops and Hooligans, a herança mais cobiçada por Bruno Mars é a voz de Michael Jackson. Trata-se do alicerce de seu talento vocal. E o discípulo imbui melodias com o mesmo drama, arrisca gritinhos semelhantes aos do Rei do Pop.

 

O resultado é respeitável. Mars está longe de ser um plágio, e as boas faixas do novo disco ganham verve com a referência. Mas sua voz não tem a ressonância e elasticidade de Michael nos agudos. Portanto, um respeito com a própria identidade talvez o servisse melhor, pois cantar como Michael não corresponde ao porte físico baixinho de Mars. Tanta reverência parece ser esforço demasiado e poderia ser resolvida com personalidade. 

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