Michel Toronaga
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O diretor Joe Wright tornou a convidar a atriz britânica Keira Knightley para protagonizar seu recente filme: Anna Karenina. Ela, que já foi a musa dos dois trabalhos mais conhecidos do cineasta – Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação –, estrela a nova adaptação para os cinemas da clássica obra de Leon Tolstói.
A trama não é novidade: uma mulher casada envolve-se com um charmoso cavaleiro e sofre as consequências da paixão avassaladora numa sociedade repleta de preconceitos. O grande trunfo é a forma como seu romance com Vronsky (Aaron Taylor-Johnson) é contado.
Visual
Boa parte da ação foi filmada dentro de um teatro. É lá que podemos ver o espaço sendo metamorfoseado em casas, escritórios e até um restaurante. Graças a uma direção de arte eficiente, os cenários se transformam a cada cena, dando a impressão de ser um espetáculo teatral filmado.
A parte técnica impressiona pela riqueza dos detalhes, uma caprichada reconstrução da época russa czarista. A belíssima fotografia brilha com momentos que se assemelham a pinturas, comparação que fica mais evidente com os figurinos da aristocracia. Basta ver alguns vestidos e acessórios da protagonista para entender porque o quesito foi premiado no Oscar deste ano.
Entretanto, todo requinte das imagens não alcança a perfeição por causa do elenco. Ainda que Taylor-Johnson esteja bem como o galanteador conde, quem se sobressai mais é Jude Law, no papel do marido traído.
Já Knightley, que é quem deveria mais se destacar por assumir o papel principal, repete as mesmas caras e bocas de sempre, não mostrando nenhuma evolução em sua interpretação e não se aproximando do que Karenina merecia.
De qualquer forma, a obra de Tolstói permanece forte e atual. Ontem, hoje e sempre os assuntos do coração despertam interesse e o público se identificará com a mulher que largou tudo pelo amor.
