Os brasilienses têm até o dia 8 de janeiro para ver a retrospectiva de uma das maiores artistas brasileiras. A exposição Maria Bonomi em Brasília: da Gravura à Arte Pública, apresenta desde as primeiras pinturas feitas na infância até as últimas peças criadas em seu atelier em São Paulo especialmente para essa mostra.
Nascida na Itália, a artista atravessou a segunda grande guerra ainda criança, passou por diversos países até chegar ao Brasil, onde passou a maior parte da sua vida. “Este é um mergulho em profundidade e amplitude na obra de Maria”, afirma o curador e doutor em estética, Jorge Coli. Três núcleos conceituais dividem o espaço do CCBB, projetado pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, um apreciador do trabalho de Bonomi: formação, a arte política e o universo feminino. “Estas são as grandes obsessões dela, são os temas que permeiam a sua obra desde o início. Ela tem essa energia interna, uma força vulcânica e explosiva de expressão”, sintetiza.
Uma das questões mais fortes para a artista é a liberdade. “As revoltas que aconteceram na Tunísia e no Egito mexeram muito com ela. A questão libertária é uma tônica”, diz Coli. Os eixos curatoriais não levam em conta o didatismo nem a cronologia da obra de Maria, que não é uma artista de fases ou ligada em modismos.