Da alta sociedade a prostituição. Da prostituição a liderança política mundialmente reconhecida. Assim pode ser definida a trajetória de Gabriela Leite. A obra literária homônima, publicada em 2009, estar nos palcos brasilienses, encenada por Alexia Dechamps e Louri Santos, sob a direção de Guilherme Leme. A temporada acaba no dia 5 de fevereiro, no CCBB Brasília.
A peça conta a história de Gabriela Leite fundadora da ONG Davida, que defende os direitos das prostitutas, a regulamentação da profissão e é contra a idéia de tratar a prostituição apenas como falta de opção para mulheres em situação de pobreza.
É também a idealizadora da grife Daspu, desenvolvida por prostitutas, e cujo nome é uma provocação à Daslu, a maior loja de artigos de luxo do Brasil.
“Nunca vi história como a de Gabriela antes. Na peça você ri, chora”, conta Alexia Dechamps, atriz que vive Gabriela Leite na peça. Segundo ela Gabriela não era apenas uma mulher sem falta de oportunidades na vida que resolveu ganhar dinheiro na prostituição.
Alexia conta que Gabriela passou em 2° lugar para a Universidade de São Paulo, onde estudou sociologia e Filosofia, porém, não concluiu o cursos. Ainda frequentou os barzinhos da Praça Roosevelt, conheceu Plínio Marcos e cantou nas rodas de Chico Buarque. Mas uma gravidez acidental deu início às mudanças em sua vida. Punida pela mãe, que a proibia do contato com a boêmia, Gabriela decidiu sair de casa e viver à sua maneira. Cansada também da desinteressada rotina de secretária e ansiosa para experimentar sua liberdade sexual, aos 22 anos, ela abandonou o emprego e, corajosamente, foi trabalhar nos prédios do Boca do Lixo, baixo meretrício de São Paulo.