Gabrielle Vieira
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Grande ídolo do Brasil, Sebastião Rodrigues Maia, ou melhor, Tim Maia, terá sua história revivida por Tiago Abravanel,neto de Silvio Santos, no musical Tim Maia – Vale Tudo. O musical estará em Brasília no dia 2 e 3 de março, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
O texto do musical foi adaptado da biografia Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia, de 2008, escrita pelo grande amigo e espectador Nelson Motta, com direção do consagrado João Fonseca. O espetáculo já foi visto por mais de cem mil pessoas no Rio de Janeiro e agora chega a Brasília. O espetáculo promete fazer os fãs do sindico do Brasil rirem e se emocionarem.
Tiago Abravanel, de 24 anos e sete musicais no currículo, tem a responsabilidade de mostrar no palco toda a complexidade de Tim Maia. “Pra mim, receber esse papel foi um presente e uma grande responsabilidade na minha vida e carreira”, conta Tiago. Ele também conta que interpretar Tim abriu portas na vida dele, “Vou fazer parte da próxima novela de Glória Perez, na Globo.”
O ator pisou pela primeira vez em um palco aos 17 anos e já participou de outros musicais. Ele conta que já chegou a não fazer alguns papeis por estar acima do peso. “Hoje eu entendo que não me encaixei no perfil do personagem, e que meu tipo físico pode me favorecer.” Quando visto no palco, Tiago realmente lembra o Tim Maia fisicamente, mas quando ele canta, ai vemos e ouvimos a grande semelhança. “Já me fizeram proposta de cantar músicas de Tim, mas não como cover, pois meu trabalho é só no teatro”, relata o ator.
Tiago revela que conhecia o trabalho de Tim Maia, mas nunca foi fã. Depois que teve contato com a história de Tim, passou a amar o cantor.
A peça conta sobre a vida de Tim Maia sempre utilizando músicas da carreira de Tim. A cena se desdobra a partir da infância pobre no bairro carioca da Tijuca, o contato com a música e as primeiras bandas que integrou, como: Tijucanos do Ritmo, The Sputniks e The Snackes, quando conheceu Roberto Carlos, Jorge Benjor e Erasmo Carlos. Momentos como a partida para os Estados Unidos, em 1959, e a posterior deportação por roubo e porte de drogas; a eclosão da Jovem Guarda e a gravação do primeiro disco; a primeira grande paixão, Janete, e as discussões explosivas travadas entre o Rio e Londres em diversas idas e vindas; o período em que aderiu à ideologia Racional Superior; a explosão popular; os filhos; a formação da banda Vitória Régia. Todos os acontecimentos são permeados por episódios memoráveis e muitas vezes hilários, radiografados com precisão de detalhes por Nelson Motta.
Durante o espetáculo há 14 trocas de cenários e apresentação ao vivo de uma banda.
Saiba Mais:
Tim Maia foi o precursor da soul music no país, voltou dos EUA muito influenciado pelo som da Motown e criou por aqui aquilo que se chama de música preta brasileira.
Em 1970, o cantor gravou seu primeiro disco, intitulado Tim Maia, que, rapidamente, tornou-se um sucesso país afora com músicas como: Azul da Cor do Mar e Primavera. Nos três anos seguintes, lançou vários discos homônimos, fazendo sucesso com canções como: Não Quero Dinheiro e Gostava Tanto de Você. De 1975 a 1977, aderiu à doutrina filosófico-religiosa conhecida como Cultura Racional, lançando, nesse período, as músicas: Que Beleza e Rodésia. Pela decadência de suas músicas influenciadas por essa escola filosófica, desiludiu-se com a doutrina e voltou ao seu estilo de música anterior, lançando sucessos como: Descobridor dos Sete Mares e Me Dê Motivo. Em 1988, venceu o Prêmio Sharp na categoria Melhor Cantor.
